Não importa se você é fã de esporte ou não, a Olimpíada no Rio foi um sucesso incontestável. E as Paralimpíadas, que acabaram de começar e vão até o dia 18 de setembro, também têm tudo para seguir o caminho da competição que atraiu o mundo no mês passado. Mas você está preparado para curar a ressaca deixada pelas Olimpíadas e se jogar na programação paraolímpica? Atletas com mais medalhas que Phelps, nome certo e errado, esportes que só existem nessa competição, antidoping universal. Listamos os fatos mais curiosos para você virar um especialista em Jogos Paralímpicos.
1 - A Paralimpíada Rio 2016 vai bombar
Não é otimismo brasileiro, nem pretensão carioca. A Paralimpíada é o segundo maior evento multidesportivo do mundo, só perde para as Olimpíadas. E os Jogos Paralímpicos do Rio vão ser os maiores da história da competição e os primeiros sediados na América do Sul. Nos 11 dias de disputa, 4.350 atletas, de 176 países, competirão em 23 modalidades divididas em 528 provas: 225 femininas, 265 masculinas e 38 mistas. Será a edição com o maior número de países participantes, modalidades e atletas - 113 esportistas a mais que a de Londres, em 2012, e 399 a mais que a de Pequim, em 2008. Outra novidade da edição brasileira é que canoagem e triatlo entraram para a lista das modalidades.
2- Antes de qualquer coisa: é paralímpico e não paraolímpico
Paralimpíada é um erro ortográfico, mas é o termo correto para se referir ao evento esportivo. Gramaticalmente falando, o prefixo "para" quando colocado junto ao substantivo "olimpíada" exige a vogal "o" na contração dos dois. E foi usado dessa forma desde a criação do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), em 1995. Mas o Comitê Paralímpico Internacional pediu para que Brasil e Portugal passassem oficialmente a usar o nome "paralímpico" - O CPB adotou o novo nome em agosto de 2012. A justificativa para assassinar a língua portuguesa foi para padronizar ao inglês "paralympiad". No idioma anglo-saxão não é comum manter duas vogais juntas quando há associações como essa. O termo é formado por duas palavras: em grego,"para" é "ao lado" e junto a "olímpico" significa que os Jogos Paralímpicos acontecem lado a lado, paralelamente aos Olímpicos.
3- Alguns esportes só existem nas Paralimpíadas
Arremesso da maça, bocha e goalball são uma exclusividade paraolímpica. Já já contaremos mais sobre eles aqui.
4 - O teste de doping é o mesmo da Olimpíada
Não tem escapatória. Atletas, paratletas e até esportistas russos são submetidos aos mesmos testes antidoping. Isso porque as substâncias banidas são as mesmas em ambas as competições. Claro que há competidores que necessitam de tratamentos específicos, como é o caso dos atletas com lesões na coluna que usam medicamentos para aliviar a dor. Mas a maioria das doenças em que os esportistas precisam de prescrição médica para provar que estão usando medicação para fins terapêuticos e não para melhorarem seus desempenhos são as mesmas dos Jogos Olímpicos, como asma e diabetes, por exemplo.
5 - Nem todo mundo tem deficiência
Participar das Paralimpíadas sem ter deficiência, pode isso, Arnaldo? Pode. Nem todo mundo que compete é deficiente físico ou mental. Os timoneiros do remo e os guias para os corredores cegos do atletismo são considerados essenciais para o rendimento dos atletas e também são candidatos a medalha.
6 - Os anéis olímpicos não são o símbolo das Paralimpíadas
Os icônicos aros interligados que representam os continentes não têm espaço aqui. Os Jogos Paralímpicos são representados pelos Agitos, arcos crescentes em vermelho, verde e azul, as cores mais usadas em bandeiras nacionais. A palavra "Agito" remete à movimento e tem tudo a ver com o lema da competição "Espírito em Movimento".
7 - Só cadeirantes podiam competir
No início das Paralimpíadas, apenas pessoas com deficiência que usassem cadeiras de rodas poderiam participar. Essa regra acabou nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976. Naquele ano, atletas amputados e com deficiência visual competiram. E já chegaram em peso: 261 amputados e 187 cegos disputaram as Paralimpíadas de Toronto.
8 - Por pouco, os nazistas não mataram o criador dos Jogos Paralímpicos
Seu idealizador era um neurocirurgião judeu, um alvo fácil no terror da Alemanha nazista. Sorte que Ludwig Guttman conseguiu fugir e se refugiou na Inglaterra, onde trabalhou na reabilitação de soldados com lesões medulares feridos na Segunda Guerra. Na época, ter uma lesão na medula era uma sentença de morte. Mas Guttman se recusava a acreditar que os homens que ele via nos hospitais não teriam futuro. Visionário que era, tirou os remédios sedativos dos pacientes, os colocou em cadeiras de rodas e organizou esportes para que eles praticassem como uma forma de reabilitação. A técnica deu tão certo que, em 1944, a pedido do governo britânico, Guttmann abriu uma clínica especializado em lesões na coluna, no Stoke Mandeville Hospital. Depois disso, a reabilitação esportiva evoluiu de recreacional para competitiva. E, em 1948, aconteceu a primeira edição dos Jogos de Stoke Mandeville, um torneio de tiro com arco em que 16 atletas militares homens e mulheres competiram. Ironicamente, a competição "coincidiu" com a Olimpíada de Londres, deixando clara a vontade de Guttmann de que portadores de deficiência também tivessem o seus Jogos Olímpicos. Desde então, os Jogos de Stoke Mandeville são vistos como o embrião da Paralimpíada.
9 - A maior medalista paralímpica ganhou o dobro de medalhas que Michael Phelps
Você acha que Michael Phelps é uma máquina de ganhar medalhas? Bem capaz. A também nadadora americana Trischa Zorna ganhou mais que o dobro de medalhas que Phelps. Nas seis edições dos Jogos Paralímpicos que participou, ela subiu ao pódio 55 vezes e ostenta 41 medalhas de ouro. Enquanto isso, o nadador só tem 23 ouros, três pratas e dois bronzes. Pobre, Phelps.
10 - O Brasil é uma potência paraolímpica
A meta do Brasil neste ano não é dobrar a meta, mas subir dois lugares na classificação geral. Em Londres, ficamos em 7º no ranking de medalhas e a esperança agora é terminar a competição na quinta posição. Natação e atletismo, por serem esportes com muitos atletas e várias provas, são as modalidades que mais elevam os números no quadro de medalhas. E os paratletas brasileiros se saem bem nesses esportes: ficamos em quarto lugar no último campeonato mundial de natação e em terceiro no de atletismo. Também temos bons resultados no vôlei e no futebol de cinco. O diretor do Comitê Paralímpico Brasileiro, Edilson Alves, já anunciou que esse será o melhor ano do Brasil nas Para. Alguém duvida?
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