domingo, 11 de setembro de 2016

Cientistas transformam poluição em tintas para artistas

 Tinta feita a partir da poluição Air-Ink
 
Cientistas indianos encontraram um bom uso para a poluição. Após o tratamento da fuligem de carbono (partículas expelidas por motores, por exemplo), o resultado é a criação de uma tinta negra e não-tóxica.
A ideia foi colocada em prática com uma parceria entre a cerveja Tiger e um laboratório indiano de inovação, o Graviky Lab. A tinta criada a partir da poluição foi batizada de Air-Ink.
No projeto, a coleta dos poluentes foi feita com um dispositivo desenvolvido para ser instalado em escapamentos de veículos e chaminés, o Kaalink. O site da Air-Ink frisa que usar o coletor de partículas no carro não afeta de forma alguma o desempenho do motor.
Depois de armazenada, a fuligem passa por diversos processos de remoção de cancerígenos e metais pesados. Em seguida, os pigmentos purificados são misturados com outros materiais para a fabricação de uma tinta durável e não-tóxica.
“A fuligem é misturada a óleos para criar a tinta à base de óleo. A tinta spray é empacotada com gás comprimido e enlatada. Os resultados finais são materiais que funcionam como qualquer outra tinta”, explica Anirudh Sharma, ex-pesquisador do MIT Media Lab e criador do Kaalink, em entrevista à CNN.
Até agora, foram recolhidas mais de 2.500 horas de emissão de carbono na Índia e em Hong Kong. Com isso, foi possível gerar 150 litros de Air-Ink. Sharma disse à CNN que a cada 45 minutos de emissão de poluentes capturados pelo aparelho são produzidos 30 mililitros de tinta – o suficiente para encher uma caneta.
O pesquisador conta que os cientistas estão aprimorando a inovação para que seja vendida no mercado. Recentemente, o produto foi utilizado em uma campanha de sustentabilidade da cerveja Tiger. Nove artistas foram convidados para criarem obras de arte com a tinta em murais no distrito de Sheung Wan, em Hong Kong – uma das cidades mais poluídas do mundo.
Segundo o pesquisador, a Air-Ink não deve salvar o mundo, porém ele espera que ajude a reduzir a poluição. "O que estamos fazendo neste momento é redefinir um poluente que deixa pessoas doentes, que está destruindo o nosso ambiente e que existe em nosso entorno."
Um relatório do Banco Mundial publicado nessa semana revelou que a poluição atmosférica é o quarto fator de morte prematura no mundo. O estudo afirma que cerca de 87% da população do planeta está mais ou menos exposta a esta poluição.
Exame.com

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