segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Níveis dos gases do efeito estufa atingiu novo recorde em 2010

Os níveis de gases do efeito estufa na atmosfera alcançaram um novo recorde em 2010, ano no qual também aumentou o ritmo de emissão, segundo afirmou nesta segunda-feira, 21, a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Houve uma alta de 39% de dióxido de carbono, 158% de metano e 20% de óxido nitroso, de acordo com o relatório da agência da ONU.
A OMM informou em seu "Boletim sobre os Gases do Efeito Estufa", que na última década houve um grande aumento das concentrações de óxido nítrico (NO), que também influencia o aquecimento da atmosfera.

"O impacto causado na atmosfera devido aos gases do efeito estufa gerados pela atividade humana alcançou níveis recordes desde a era pré-industrial", afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
"Mesmo se interrompêssemos hoje todas as emissões de gases poluentes, algo fora da realidade, seus efeitos continuariam presentes na atmosfera durante décadas", declarou Jarraud durante a apresentação do boletim da OMM.
Em sua opinião, "agora mais do que nunca, temos que compreender as complicadas, e às vezes imprevisíveis, interações entre estes gases e a atmosfera, a biosfera e os oceanos".
O objetivo da OMM é continuar recolhendo informações através de sua rede de Acompanhamento Atmosférico Global (GAW, na sigla em inglês) para conhecer melhor as alterações que a atmosfera sofre e, portanto, o clima do planeta.
A OMM divulgou que entre 1900 e 2010 houve um aumento de 29% na força de irradiação (o efeito de aquecimento atmosférico no clima), derivada dos gases do efeito estufa, e que o dióxido de carbono (CO2) é o responsável por 80% desse aumento.
O CO2 é hoje o gás de efeito estufa mais presente na atmosfera e representa cerca de 64% do total das causas de variação no clima. Segundo a OMM, desde o começo da era industrial em 1750, sua presença na atmosfera aumentou em 39% - até 389 moléculas de gás por milhão de moléculas de ar limpo.
Entre 2009 e 2010, essa "abundância atmosférica" aumentou em 2,3 unidades por milhão, superando os números da década de 1990, quando foram 1,5 unidades por milhão e da década passada, de 2 unidades por milhão.
Nos dez mil testes anteriores ao início da era industrial, a presença atmosférica de CO2 se manteve "quase constante", em torno das 280 moléculas por milhão.
Depois do CO2, o metano (CH4) contribui com 18% da força de irradiação, um aumento de 158% em relação à era pré-industrial, quando a presença deste gás na atmosfera terrestre era de 700 moléculas para cada 1 bilhão de partículas de ar limpo.
Este forte aumento se deve principalmente à pecuária, à produção de arroz e à exploração dos combustíveis fósseis.
A atividade humana é responsável hoje por 60% das emissões de metano, enquanto o restante procede de fontes naturais, como as terras úmidas.
No caso do metano, a OMM adverte que "após um período de relativa estabilização de seus níveis entre 1999 e 2006, sua presença na atmosfera voltou a aumentar".
O óxido nítrico, que tem sua origem nos oceanos e em atividades humanas como o uso de adubos, contribui com 6% dessa força de irradiação e está 20% acima dos níveis prévios à revolução industrial.
O problema é que seu impacto sobre o clima é 298 vezes superior ao das emissões em igual quantidade de dióxido de carbono.
Fonte: Estadão.com

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