Mais de 200 astronautas colocaram os pés na ISS (Estação Espacial Internacional) em mais de uma década de atividade da plataforma orbital. Por sorte, nenhum deles ficou desacordado e perdido no espaço -mas, se o pior acontecer, os procedimentos atuais de segurança pouco poderiam fazer pela vítima.
Uma proposta para melhorar as chances de sobrevivência nesses casos vem dos cientistas John Sinko, da Universidade St. John's, e Clifford Aschlecht, diretor do Instituto de Materiais, Energética e Complexidade, ambos dos Estados Unidos.
Eles sugerem o uso de feixes de laser para salvar o astronauta que se desconectar da ISS. Seria uma espécie de raio trator: uma luz que incide sobre uma pessoa, fazendo com que ela se mova em direção ao foco de energia.
O laser geraria um movimento quando disparado sobre compartimentos carregados de propelentes, presos ao abdome do astronauta.
Uma vez aquecido, esse combustível passaria para o estado gasoso e provocaria um jato que moveria o astronauta até um ponto onde o resgate pudesse ser feito. O processo todo poderia ser acionado por controle remoto: o viajante poderia ser socorrido mesmo inconsciente.
Mas como fica o astronauta alvo da operação de salvamento? "Acreditamos que há um risco mínimo [para ele]", afirma Sinko.
"O traje espacial fornece proteção necessária contra o feixe de laser. Mas um filtro teria de ser acrescentado ao visor do traje para evitar danos aos olhos."
cabo de segurança
cabo de segurança
O acessório de segurança mais simples usado nos trajes espaciais hoje consiste de dois cabos de aço presos na lateral do corpo.
Ao se mover em atividades fora da ISS, o astronauta só pode mudar de posição depois de prender um dos cabos a um apoio fixo no módulo. Se os dois arrebentam, outro acessório de segurança entra em ação. Trata-se do Safer, um equipamento movido a nitrogênio que se desloca por curtas distâncias e fica nas costas do traje espacial.
O aparelho estabiliza o astronauta, fazendo ele parar de rodar. Outro comando vira a pessoa em direção à ISS e um jatinho a leva até lá.
Falando assim, parece fácil. O astronauta brasileiro Marcos Pontes, qualificado pela Nasa para atuar em missões externas na ISS, diz que é difícil manejar os comandos, parecidos com um joystick, com a enorme luva do traje. Mas o desafio é a mira.
"Você pode passar do lado da ISS, que está a uma velocidade média de 27 mil km/h, e não 'pegar' a estação. Aí não tem retorno."
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