Em um domingo marcado por lembranças e celebração, milhares de alemães saudaram com entusiasmo a queda do Muro de Berlim, ocorrida há 25 anos, no dia 9 de novembro de 1989.
As comemorações se concetraram no Portão de Brandemburgo, cartão-postal da capital alemã. Uma mega palco recebeu atrações da música, como o cantor Peter Gabriel, e personalidades políticas, como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev.
Para Merkel, a queda do Muro de Berlim é uma mensagem de confiança. "Nós temos o poder de criar, podemos mudar as coisas para o bem, essa é a mensagem da queda do muro", disse ela.
No fim da noite, centenas de balões da instalação "Lichtgrenze" (algo como "Fronteira de Luz") foram liberados para simbolizar o fim do muro e da divisão da Alemanha.
PARA RELEMBRAR:
O Muro de Berlim foi uma construção erguida em 1961 pelo regime socialista da hoje extinta República Democrática Alemã, também conhecida como Alemanha Oriental, que se destinava a separar as duas áreas da cidade de Berlim, à época dividida em um setor capitalista e outro socialista. A construção deste abominável símbolo da Guerra Fria iniciou-se a 13 de agosto de 1961, estendendo-se por 37 quilômetros afora dentro da zona urbana da cidade de Berlim, à época, com cerca de 3 milhões de habitantes.
As origens da construção do muro encontram-se no fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha e sua consequente ocupação pelas forças aliadas. Cada país vencedor "herdou" um setor da cidade de Berlim, e desse modo foram criados um setor americano, um inglês, um francês e outro soviético. Os três primeiros uniram-se para formar a área da cidade que adotaria o regime capitalista, Berlim Ocidental, que seria anexada à nascente República Federal da Alemanha (a capitalista Alemanha Ocidental). O lado soviético daria origem a Berlim Oriental, que se tornaria a capital da Alemanha Oriental.
Após 1949, a situação parecia ter se normalizado, e a Berlim dividida mantinha suas duas fronteiras tão cercadas e vigiadas quanto outros importantes pontos ao longo da Cortina de Ferro. A situação fica tensa novamente no início da década de 1960, pois havia aumentado expressivamente o número de cidadãos do lado oriental que "passavam" para o lado ocidental, alarmando as autoridades da Alemanha Oriental. Na busca de evitar qualquer possível contato com o mundo capitalista é então construído o muro que iria manchar indelevelmente a imagem dos regimes de esquerda europeus. Por trás da construção do muro estava Walter Ulbricht, secretário geral do partido comunista da Alemanha Oriental, o dirigente de facto do país e Nikita Kruschev, dirigente soviético, que viram em sua construção um modo de desafiar os EUA. Durante sua existência, a vigilância ferrenha promovida pelas tropas orientais seria responsável pelas mortes de muitos que desafiaram o regime oriental e decidiram ultrapassá-lo.
Com o colapso da União Soviética e seus satélites no Leste Europeu, o muro começa a ser finalmente derrubado em 9 de novembro de 1989, acabando com um dos símbolos máximos da opressão dos regimes socialistas. Seu desmanche é também símbolo do fim da Guerra Fria e o marco zero da unificação da Alemanha em uma nação apenas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário