Nos EUA, nos últimos doze meses, houve alertas mais do que suficientes de como o clima pode afetar nossas vidas.
A Califórnia está entrando no quarto ano de seca porque não teve neve suficiente. Boston está começando a emergir de uma quantidade recorde de neve.
Quase todos os dias, voos são cancelados, crianças perdem aulas e pais enviam cheques às seguradoras para se protegerem de inundações, furacões e tornados.
No entanto, também existem impactos de longo prazo que a maioria das pessoas talvez não perceba. Por exemplo, se você mora no Canadá, no norte dos EUA ou em determinadas partes da Europa, o solo sob seus pés está subindo.
E o motivo, de certo modo, é o clima.
Mas não o clima no sentido da chuva de ontem ou do vento da semana passada. O fenômeno foi causado pelas neves que se acumularam e criaram enormes mantos de gelo que cobriram a terra na última Era do Gelo.
OK, foi muita neve, por um longo período de tempo, mas a questão tem mais a ver com o clima do que simplesmente com as condições meteorológicas.
Independentemente da causa, a mudança é perceptível.
“Podemos monitorá-la em tempo real”, disse Theresa Damiani, pesquisadora de geologia da Investigação Geodésica Nacional (NGS), da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), em Camp Springs, Maryland.
Compensação da Terra
O peso dos mantos de gelo, que tinham diversos quilômetros de espessura em alguns lugares, empurrou a superfície da Terra para baixo. Quando o gelo derreteu e recuou, o solo começou a subir novamente.
A NOAA descreve o fenômeno como o que acontece quando um colchão velho volta ao formato original depois que uma pessoa se levanta de manhã. Quando os mantos de gelo começaram a recuar, ocorreu uma recuperação rápida em muitas regiões, que desacelerou ao longo dos séculos, disse Damiani.
“O solo vem se recuperando e continua nisso”, disse Damiani. “Leva um período muito longo”.
A superfície da Terra sobe cerca de 1 milímetro por mês no Canadá e aproximadamente a mesma quantidade ao longo de um ano nos EUA, disse ela. Para um lugar como a Baía de Hudson, no Canadá, as mudanças seriam visíveis ao longo da vida de uma pessoa, disse ela.
“Se você construiu um atracadouro, parece que o oceano está baixando”, disse Damiani.
Não é que o nível do oceano esteja caindo — é que a terra está voltando a subir.
derretimento das geleiras e dos mantos de gelo, os pesquisadores precisam levar em consideração essas taxas de recuperação, de acordo com um relatório da NOAA publicado em dezembro de 2012.
Área coberta
É claro que a terra só está subindo nas áreas cobertas pelo manto de gelo. No hemisfério ocidental, essa região abrange quase todo o Canadá até a Nova Inglaterra, passando pelos Grandes Lagos e chegando à Região Centro-Oeste, às Grandes Planícies do norte e ao Noroeste do Pacífico.
Além do limite dos lugares em que o gelo empurrou o solo para baixo, existem áreas onde a superfície está, na verdade, assentando-se mais abaixo.
O que aconteceu aí é que o terreno na beira dos mantos de gelo se comportou como a geleia que se esparrama para fora de um sanduíche esmagado.
As mudanças podem provocar pequenos terremotos, embora eles sejam muito fracos e passem despercebidos para a maioria das pessoas.
O movimento é acompanhado por meio de satélites de posicionamento global e é utilizado para assegurar que os mapas continuem sendo exatos, disse Damiani.
“A tarefa da minha agência, a NGS, é a de monitorar o formato do planeta”, disse Damiani.
Os países escandinavos também monitoram a lenta taxa de recuperação da superfície ao longo dos últimos 14.000 anos, um ou dois séculos a mais ou a menos, desde que os mantos de gelo atingiram o auge na última Era do Gelo.
A paciência é, sem dúvida, um dos requisitos para esse trabalho.
Exame.com
O que aconteceu aí é que o terreno na beira dos mantos de gelo se comportou como a geleia que se esparrama para fora de um sanduíche esmagado.
As mudanças podem provocar pequenos terremotos, embora eles sejam muito fracos e passem despercebidos para a maioria das pessoas.
O movimento é acompanhado por meio de satélites de posicionamento global e é utilizado para assegurar que os mapas continuem sendo exatos, disse Damiani.
“A tarefa da minha agência, a NGS, é a de monitorar o formato do planeta”, disse Damiani.
Os países escandinavos também monitoram a lenta taxa de recuperação da superfície ao longo dos últimos 14.000 anos, um ou dois séculos a mais ou a menos, desde que os mantos de gelo atingiram o auge na última Era do Gelo.
A paciência é, sem dúvida, um dos requisitos para esse trabalho.
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