A realidade virtual já tem diversas aplicações no mundo real que vão além dos games, que tornaram a tecnologia famosa graças ao sucesso do Oculus Rift em uma campanha de financiamento coletivo.
Diversos aplicativos já estão disponíveis para download gratuito em lojas, como a da Oculus VR, e podem ajudar a aprender, tratar condições psicológicas e até mesmo no planejamento estratégico.
Essa indústria, que começou a se desenvolver nos anos 1990 e atraiu a atenção do público nos últimos tempos, tem crescimento anual estimado de 41,2% até 2025 e estará avaliada em 130 bilhões de dólares na metade da próxima década.
O diretor-fundador do Laboratório de Interação Virtual Humana da Universidade de Standford, promoveu um workshop usando o Gear VR, o dispositivo de realidade virtual da Samsung, e realizou uma palestra sobre as aplicações dessa tecnologia durante o evento HSM Expo, em São Paulo. Para ele, o método de visualização de conteúdos que substitui a sua visão do que está ao redor das pessoas tem um poder de aumentar a empatia pelo próximo, bem como teletransportar você para outros lugares ou situações sem precisar sair do lugar.
“O cérebro trata a realidade virtual como se fosse verdade. Você pode mudar seu corpo, viajar no tempo ou quebrar todas as regras do mundo tradicional nesse ambiente digital”, afirmou Bailenson. “A realidade virtual foi projetada para possibilitar a criatividade.”
O pesquisador diz que as imagens vistas ao longo de pelo menos quatro minutos na realidade virtual são tratadas como reais pelo cérebro humano. Aumentar empatia
A realidade virtual permite que você tenha uma experiência de ficar temporariamente cego. O aplicativo “Notes on blindness”, disponível para Gear VR, mostra como é o processo gradual de perda de visão.
Bailenson conta que, em suas pesquisas em Stanford, simulações como essa se mostraram eficientes para despertar um maior sentimento de empatia por deficientes visuais. Quem assistiu ao conteúdo em realidade virtual passou duas vezes mais tempo ajudando pessoas com essa condição do que as que não tiveram essa experiência digital. Bailenson diz ainda que a tecnologia também ajudou a reduzir o preconceito.
Educação
Para a educação, a realidade virtual tem aplicações mais óbvias. No ensino de biologia ou em faculdades de medicina, a tecnologia permite tornar menos abstratos conceitos sobre vírus, células ou bactérias.
“Estudantes poderão ver as organelas celulares diante de seus olhos”, afirmou Bailenson, citando ao similar ao que acontece no app Incell, para Gear VR, no qual você ajuda um organismo humano a combater vírus.
No Brasil, a Positivo Informática conta com o projeto chamado Na Real, que leva às escolas vídeos em 360 graus sobre temas como os cuidados da dengue, com o objetivo de aproximar os alunos do assunto de maneira segura.
Tratamento de fobias
Aplicativos como o Face your fears, disponível para Gear VR, permitem que as pessoas enfrentem seus maiores medos. Com ajuda especializada, Bailenson declara que é possível superar fobias comuns, como andar de avião ou medo de animais.
Treinamento de atletas Strivr
O Strivr Labs possui um aplicativo atualmente usado por jogadores de futebol americano, hockey e beisebol para treinar jogadas ensaiadas fazendo repetições mentais dos movimentos.
Tratamento de dor
Empresas como a DeepStream VR e a Firsthand em parceria com a Universidade de Washington já têm soluções para aliviar a dor de pacientes em hospitais. Jogos em realidade virtual são capazes de tirar o foco do que está acontecendo nos corpos dos pacientes, como a troca de um curativo delicado.
“A realidade virtual distrai tanto a mente que as pessoas esquecem da dor”, segundo Bailenson, que estima uma redução de até 70% da sensação dolorosa.
Os dispositivos de realidade virtual mais famosos à venda no Brasil são o Samsung Gear VR, que funciona em conjunto com um smartphone topo de linha da marca, o Beenoculus, compatível com diversos aparelhos, e o CardBoard, uma solução de baixo custo que funciona com a maioria dos celulares.
Exame.com
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