O primeiro grande estudo a medir a ancestralidade da população do país a partir de sua genética revela uma participação europeia muito maior do que se imaginava, preponderante em todo o território, inclusive nas regiões Norte e Nordeste. As conclusões estão na pesquisa coordenada pela Universidade Federal de Minas Gerais e publicada na revista científica "PLoS".
O trabalho revelou que, em todas as regiões, a ancestralidade europeia é dominante, com percentuais que variam de 60,6% no Nordeste a 77,7% no Sul. Mesmo as pessoas que se denominam negras pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam, na realidade, uma alta ancestralidade branca. Para se ter uma ideia, na Bahia, os negros tem 53,9% de raízes europeias. Na análise dos especialistas envolvidos no estudo, a "europeização" do Brasil se deu a partir do fim do século XIX, com o fim do tráfico negreiro e da escravidão e o início do fluxo migratório de aproximadamente 6 milhões de trabalhadores europeus.
Para além do impacto histórico e antropológico que os resultados do novo estudo podem ter, ressaltam ainda a sua importância do ponto de vista médico: os tratamentos podem ser mais homogênios do que era imaginado.
Formada por três diferentes raízes ancestrais, indígena, europeia e africana, a população brasileira sempre se acreditou muito heterogênia. Mas o estudo conclui que, independentemente de eventuais classificações baseadas na cor da pele, os brasileiros são muito homogêneos do ponto de vista de sua ancestralidade.
Fonte: Globo.com
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