terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pesquisadores descobrem "segundo cérebro no estômago"

Sensações na região do aparelho digestivo do tipo: "um nó no estômago", quando estamos angustiados ou muito estressados; ou o nervosismo prévio a um encontro com alguém, que aparentemente têm algum vínculo  com os sentimentos, entre outras sensações, podem ter uma explicação científica segundo o médico Michael Gershon, pesquisador da Universidade de Columbia, EUA.
O segundo cérebro, de acordo com ele está na região do corpo chamada sistema nervoso entérico, formado por uma série de camadas de células nervosas localizadas nas paredes do tubo intestinal e que contém cerca de 100 milhões de neurônios.
Nesse sistema estão presentes todos os tipos de neurotransmissores - substâncias químicas que transmitem os impulsos nervosos entre os neurônios e os nervos - que existem no encéfalo craniano, como a seretonina, cuja maior concentração se encontra justamente na região intestinal.
Esse pequeno cérebro estomacal tem uma conexão direta com o cérebro de verdade, e determina, ele também, em certa medida, o estado mental da pessoa.
Também desempenha um papel-chave em certas doenças que afetam outras partes do organismo, como a maioria dos transtornos de intestino, desde a síndrome do intestino irritado até doenças relacionadas com a inflamação intestinal.
"O sistema nervoso entérico fala ao cérebro e este órgão responde. O intestino pode afetar o estado de ânimo, e a estimulação do nervo principal, chamado vago, que conecta o cérebro com o intestino, pode aliviar a depressão e a tratar a epilepsia", disse.
O estômago não é a única parte do aparelho digestivo que mantém um vínculo com o cérebro.
De acordo com outro estudo, de cientistas canadenses, a flora intestinal também se relaciona com a conduta e a memória.
Segundo a pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde, na Universidade McMaster, em Ontário, as bactérias que formam a flora intestinal são capazes de se comunicar com o cérebro, além de poderem ter um papel importante no combate a algumas doenças de estômago.
Segundo a publicação no "Diário Médico", a evidência obtida até agora "reforça a teoria  de que as bactérias se comunicam com o cérebro e têm um efeito em algumas de suas funções".


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