segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Google Earth revela milhares de tumbas desconhecidas no deserto da Arábia Saudita

O Google Earth disponibilizou imagens pelo programa de visualização 3D baseado na Web que demonstram grandes porções de território saudita com grande riqueza de restos arqueológicos anteriores ao Islã e podem ter milhares de anos de existência.
Pouco é sabido sobre a arqueologia na Arábia Saudita, pois o governo historicamente proíbe fotografias aéreas na região. Fora isso, melindres religiosos tornam perigoso o acesso à região por terra.
Pesquisadores descobriram recentemente quase 2.000 tumbas apenas observando por uma "janela" em alta resolução enquadrando um campo de lava rochosa a leste da cidade de Jedá - tudo sem precisar colocar o pé no deserto saudita.
"A julgar pelo número de ruínas de pedra identificadas na Arábia Saudita, bem como em outras áreas pesquisadas na Jordânia, pode haver cerca de 1 milhão de sítios arqueológicos espalhados pela penínsulla arábica", diz o arqueólogo da Universidade West Austrália.
Nos últimos 35 anos, eles pesquisaram sítios jordanianos, em sua maioria a partir de sobrevoos. Trata-se de uma técnica em que os arqueólogos têm confiado há décadas para identificar e mapear sítios não facilmente identificáveis do solo.
Nos anos 1870 e 1980, o governo saudita comissionou uma ampla pesquisa arqueológica que revelou cerca de 1.800 tumbas e outros sítios em todo o país. No entanto, proibiu seus próprios pesquisadores de efetuar levantamentos fotográficos aéreos.
O arquiteto que trabalhou na Arábia Saudita durante 15 anos e conduziu parte dos levantamentos nacionais, Juris Zarins, sugere que sensibilidades religiosas têm peso especial nas restrições impostas pelo governo à arqueologia na região.
"Eles não querem pessoas "fuçando" Pré-história adentro pois sabem que ela contradiz o Alcorão em muitos pontos, do mesmo modo que cristãos fundamentalistas não gostam muito que alguém diga que algo é mais antigo do que 6 mil anos".
Com a gradual popularização das imagens de satélite, especialmente após 2005, quando foi lançado o Google Earth, muitos arqueólogos têm usado essas novas ferramentas para procurar por ruínas em várias regiões inóspitas do globo.
Fonte: Globo.com

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