domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poluição do Rio Hudson em NY faz com que peixes evoluam

Durante três décadas, de 1947 a 1976, duas fábricas de uma multinacional norte-americana jogaram um total estimado de 600 mil quilos de bifenilas policloradas (PCB), compostos considerados alguns dos poluentes com maior biotoxicidade, no rio Hudson em Nova York.
O resultado foi o acúmulo do composto cancerígeno em um peixe local, o Microgadus tomcod, da família do bacalhau, em níveis nunca vistos em populações naturais. O surpreendente é que o peixe não desapareceu da área afetada, mas se proliferou a ponto de hoje ser encontrado em grandes populações.
O motivo é que o PCB induziu a um tipo de mutação que levou o peixe a evoluir para poder resistir à grande quantidade de toxinas presentes na água, segundo o estudo publicado nesta sexta-feira(18), na revista Science.
Esse tipo de resposta já era conhecida em insetos, que desenvolvem resistência a certos pesticidas, e em bactérias, que passam a resistir a antibióticos. "Mas essa é a primeira demonstração de um mecanismo de resistência em uma população de vertebrados", disse o representante do Departamento de Medicina Ambiental da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, que liderou o estudo.
Embora o peixe tenha superado a poluição no rio, o resultado não foi tão bom para seus predadores ou para o homem. O Microgadus tomcod sobreviveu, mas ele ainda acumula PCB em seu corpo e passa a substância para qualquer outro que o coma. Ou seja, a pesca deste peixe - apesar de ter resistido e proliferado -  está fora de questão.
Fonte: Estadão.com

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