Dez anos atrás, no deserto sírio de Palmyra, o biólogo italiano Gianluca Serra, perito em conservação, topou com sete derradeiras íbis-eremita, uma espécie até então considerada extinta no Oriente Médio. A descoberta dessa colônia causou comoção nos meios científicos. Com razão, pois essas aves são os últimos descendentes das íbis representadas nos antigos hieróglifos egípcios.
Desde então, Serra e colegas vêm lutando para salvar essa colônia preciosa, com suporte da National Geographic Society. “Começamos treinando uma equipe local para delimitar uma área de reserva”, conta o biólogo. Nos anos seguintes, todavia, a população continuou a minguar. A saída foi pesquisar o hábitat de inverno das aves nas montanhas da Etiópia, mas poucas ameaças foram detectadas. Intrigado, em 2009, Serra as acompanhou em sua migração através da península Arábica. E descobriu que eram abatidas por caçadores clandestinos na Arábia Saudita.
“Não é fácil abolir a caça quando está tão entranhada em uma cultura tradicional”, diz Serra. Apesar disso, sua equipe conseguiu introduzir com êxito, na colônia de Palmyra, vários filhotes nascidos em cativeiro. Devido aos recentes conflitos políticos na Síria, o projeto foi interrompido. Mas Serra dispõe de informaçõesde que ainda há entre um e cinco indivíduos capazes de se reproduzir.
National Geographic
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