No último dia 19 de abril saiu do Cazaquistão uma espécie de Arca de Noé moderna: a cápsula russa Bion-M levava mais de 70 animais em seu interior, com a missão de viajar a centenas de quilômetros de altura e de ficar em órbita, por conta própria, pelo maior período da História. A cápsula acaba de retornar à Terra sã e salva: agora os cientistas já começam a quebrar cabeça para descobrir como seu cachorro de estimação irá para a Marte quando a Humanidade começar a passar o réveillon por lá.
Na última vez que os animais tinham sido mandados para o espaço, no já longínquo ano de 2007, a jornada durou apenas 12 dias, bem mais curta que essa última, que teve duração de um mês. Além do tempo que passaram em órbita, a altura atingida pela missão também chama atenção: eles chegaram a 575 quilômetros de altura, (bem) mais alto até que a Estação Espacial Internacional, que fica não costuma passar de 400 km de distância da Terra.
A tripulação da espaçonave era composta por 53 camundongos, 15 lagartos e 8 pequenos roedores de uma espécie chamada ratos-do-deserto. Isso na ida, porque na volta tinha mais cadáver que qualquer outra coisa: apenas os lagartos passaram incólumes, sem nenhum baixa; mais da metade dos camundongos morreram e nenhum rato do deserto voltou com vida.
Os 76 animais passaram por mais de 70 testes antes, durante e depois da viagem, tudo para investigar como a ausência de gravidade interfere nos esqueletos, corações, sistemas nervosos e músculos dos bichos, o grande objetivo por trás da missão.
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