sábado, 4 de maio de 2013

Por que as abelhas estão morrendo

 
Desde 2006, uma doença está dizimando abelhas nos Estados Unidos e Europa. As abelhas saem das colmeias para a polinização e simplesmente não retornam, morrendo longe de casa. Em pouco tempo, a colmeia entra em colapso. Esse fenômeno, batizado de Desordem do Colapso das Colmeias, preocupa produtores de mel. Estima-se que a população de abelhas caiu 40% nos Estados Unidos e 50% na Europa nos últimos 25 anos.
As causas desse colapso ainda não estão completamente explicadas pela ciência. Várias teorias foram formuladas, e ambientalistas culpam o uso indiscriminado de agrotóxicos. A situação é tão complicada que a União Europeia baniu, nesta semana, o uso de um tipo de pesticida pelos próximos dois anos.
Na última quinta-feira (2), o Departamento de Agricultura dos EUA publicou um relatório com os resultados de uma pesquisa conjunta envolvendo 175 pessoas, entre cientistas, apicultores, conservacionistas e representantes do governo e das empresas de agrotóxico. O estudo concluiu que pesticidas fazem parte do problema, mas que a morte das abelhas é resultado de uma mistura de vários fatores.
Segundo o relatório americano, as principais causas da morte das abelhas são:
Ácaros parasitas: o ácaro Varroa destructor é considerado pelo relatório americano como o “a principal praga que afeta as abelhas”. Esse ácaro ataca as colmeias, onde se reproduz, e abre as portas para a infecção de vírus nas abelhas. O ácaro foi responsável pelo colapso de colmeias no Havaí e no Canadá.
Pesticidas: uma série de estudos europeus liga diretamente o uso de uma toxina, chamada neonicotinoide, com a morte de rainhas e zangões. Essa toxina é encontrada em pesticidas considerados de pouco impacto ambiental, porque exigem menor quantidade de aplicações na produção, reduzindo o risco de contaminação. Os pesquisadores descobriram que essa neurotoxina estava se concentrando no néctar das plantas, contaminando as abelhas e matando as rainhas. No entanto, os estudos foram feitos em laboratórios, e ainda precisam ser replicados em condições naturais.
Má nutrição: as abelhas também gostam de variar o cardápio, buscando pólen e néctar em diferentes plantas e flores. Mas a expansão de monoculturas, que se espalham por grandes áreas com um único tipo de produção, reduz a variação e compromete a nutrição das abelhas, deixando-as mais fracas e vulneráveis a doenças.
Baixa diversidade genética: as técnicas de produção e apicultura diminuíram a diversidade nos genes das abelhas de uma colmeia. Quando essa variedade de genes é pequena, aumenta a incidência de doenças, as abelhas são menos produtivas e mais vulneráveis ao ácaro Varroa destructor.
O colapso das colmeias coloca em risco não só as abelhas, mas toda a produção de alimentos, já que as lavouras de grãos e frutas dependem da polinização. No Brasil, alguns apicultores enfrentaram problemas, mas não na mesma intensidade da morte das abelhas nos EUA e Europa.
Época.com 

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