Segundo a pesquisa, a biodiversidade ao redor do mundo sofrerá duramente se
as temperaturas subirem acima de 2ºC. E os principais efeitos devem ser sentidos
na Amazônia, na África Subsaariana, na América Central e na Austrália.
"Nossa pesquisa prevê que as mudanças climáticas vão reduzir drasticamente a
diversidade até mesmo de espécies comuns encontradas na maior parte do mundo",
afirma a principal autora do estudo, Rachel Warren, da Universidade de East
Anglia (Reino Unido).
"A perda de biodiversidade em escala global vai empobrecer a biosfera e os
ecossistemas de forma significativa."
Para os humanos, o efeito colateral é de que "essas espécies são importantes
para purificação do ar e da água, controle de enchentes, cliclo de nutrientes e
ecoturismo".
Sobrevivência
O estudo, realizado por pesquisadores do Reino Unido, da Colômbia e da
Austrália, acompanhou quase 50 mil espécies em todo o mundo, analisando
temperaturas e índices pluviométricos em seus habitats.
Eles mapearam as áreas que continuariam sendo aptas para a sobrevivência
dessas espécies em diferentes cenários climáticos.
Se não houver esforços significativos para limitar a emissões de gases do
efeito estufa, dois terços das plantas e quase a metade dos animais perderão
habitat até o ano 2080.
A boa notícia, porém, é que essas perdas podem ser contidas se houver ações
para mitigar as mudanças climáticas.
"Ações rápidas podem reduzir essas perdas em 60% e dar mais 40 anos para que
as espécies se adaptem (às mudanças)", diz o estudo. "Ao reduzir o aquecimento
global de 4ºC para 2ºC, ganhamos tempo de adaptação aos 2 graus restantes."
Biodiversidade ameaçada
Mas, se o cenário negativo se confirmar, a biodiversidade de plantas e
animais comuns vai encolher praticamente no mundo inteiro.
"É preocupante, porque mesmo pequenos declínios dessas espécies podem afetar
significativamente os ecossistemas", afirma Warren.
O estudo analisou o aumento das temperaturas, mas é preciso levar em
consideração outros problemas, diz Warren.
"(A ocorrência de) eventos climáticos extremos, pestes e doenças significa
que nossas estimativas são provavelmente conservadoras. Os animais em especial
devem sofrer, porque perderão parte de seus alimentos vindos das plantas."
Répteis e anfíbios talvez sejam os mais ameaçados nesse cenário.BBC.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário