sexta-feira, 31 de maio de 2013

Radiação recebida em viagem a Marte seria de risco

Astronautas que viajassem para Marte poderiam ser bombardeados com muito mais radiação do que seu corpo receberia durante um ano inteiro de tomografias semanais, disseram especialistas nesta quinta-feira (30). De acordo com estudo, a quantidade seria suficiente para aumentar o risco de desenvolvimento de um câncer em cerca de 3%, mas a pesquisa alerta que ainda há muitas incertezas acerca dos efeitos da exposição humana a ambiente espacial.
A Agência Espacial Americana (Nasa) tem o objetivo de enviar, em meados de 2030, um voo tripulado para orbitar o planeta vermelho. Grifes de vestuário, como Inspiration Mars, criada pelo engenheiro da Nasa que se tornou turista espacial, Dennis Tito, já está recrutando voluntários.
Existem esforços prévios para aferir os riscos de radiação para os futuros viajantes de Marte, mas a melhor estimativa vem da missão espacial Curiosity, promovida pela Nasa. Em 2011, um sensor de radiação foi inserido no interior de uma nave com o objetivo de fazer leituras da radiação durante os oito meses e meio da cruzada ao planeta.
Por meio dos dados colhidos pelo sensor, cientistas calcularam o quanto viajantes espaciais se expõem à radiação durante uma rápida viagem de seis meses em uma nave em condições similares. Ida e volta: cerca de 662 milisieverts (unidade que mede doses de radiação). Esse é um montante considerável, tendo em vista que muitas agências espaciais internacionais limitam a dosagem de radiação acumulada no espaço a 1.000 milisieverts. A estimativa não inclui o tempo gasto na superfície de Marte.
O número é similar àquele conseguido por meio de uma tomografia de corpo inteiro realizada a cada cinco ou seis dias, informa o líder da pesquisa, Cary Zeitlin, do Southwest Research Institute, do Colorado.
A análise integra a edição de sexta-feira da revista Science. A quantidade de radiação não parece mudar a não ser que seja possível acelerar a viagem interplanetária, explicam os especialistas.
As doses de radiação em uma viagem a Marte seriam mais altas do que as enfrentadas normalmente pelos membros da tripulação da Estação Especial Internacional, algo em torno de 200 milisieverts por ano. Em contrapartida, as pessoas na Terra são comumente expostas a cerca de 3 milisieverts por ano.
A missão Curiosity voou por Marte durante o período de baixa a moderada atividade solar. Desde que pousou no planeta vermelho, no ano passado, a missão rastreou a radiação ao longo da superfície. A nave mostrou as mais claras evidências de que já existiu água em Marte.
Época.com

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