terça-feira, 7 de abril de 2015

Pesquisa prevê que glaciares perderão 70% do gelo até 2100

Glaciar Athabasca, no Canadá, uma das atrações turísticas e fontes de água ameaçadas com o aquecimento (Foto: Bruno Menetrier/Wikimedia)
 
As grandes geleiras das montanhas estão derretendo com o agravamento das mudanças climáticas. Segundo os modelos de computador, a água despejada por esse derretimento pode gerar de um a dois metros de elevação no nível do mar até 2100. Mas os modelos para antever o que acontece com cada geleira são precários. Agora, grupos de cientistas tentam entender o futuro de cada grupo específico de geleiras. Isso é fundamental não apenas para projetar futuras temporadas de ski mas para saber de rios importantes que dependem do degelo, para abastecer agricultura, cidades e alimentar hidrelétricas.
Além de fornecer água e energia, as geleiras e glaciares das montanhas também são um dos principais atrativos turísticos de países como Canadá ou Estados Unidos.
A equipe de pesquisadores desenvolveu um novo modelo para projetar o derretimento local das geleiras. Eles combinam dados locais de variação de temperatura com a topografia. Os autores rodaram o programa para as geleiras do Canadá. Os grandes blocos de gelo da Colúmbia Britânica, inclusive o Columbia Icefield, maior geleira montanhosa do mundo, estavam no mapa do grupo. Segundo eles, 70% essas geleiras devem perder 70% do volume até 2100 na taxa atual de emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa. Há poucos indícios que a taxa atual vá mudar, mesmo com as promessas recentes dos EUA e da China.
O fluxo de água nos rios que nascem nas geleiras não vai diminuir de imediato. Ao contrário, com o derretimento maior, os rios ganharão volume. Esse aumento vai chegar ao pico entre 2020 e 2040. A partir de então, os ricos começam a encolher, já que há menos neve e gelo para derreter.
O efeito das mudanças climáticas será mais dramático para as geleiras longe da costa. Elas perderão 90% do seu volume. Já as geleiras em montanhas que recebem ventos úmidos do mar terão alguma reposição de nevascas. Encolherão em média 30% até 2100. Abaixo uma simulação do encolhimento de duas geleiras no Canada. As imagens foram feitas pelo coordenador do estudo,  Garry Clarke, da Universidade de Colúmbia Britânica, no Canadá.
A sequência é uma simulação de como duas geleiras no Canadá podem evoluir até o fim do século (Foto: Divulgação)
A previsão mais famosa de derretimento de gelo nas montanhas foi o infeliz erro no IPCC de 2007. A estimativa de que as geleiras do Himalaia derreteriam em um ritmo mais acelerado do que o correto era o único dado errado entre as milhares de informações reunidas no relatório científico. Mas bastou para instigar várias ações de desmoralização. Agora, os cientistas estão mais cuidadosos.
Época.com

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