A lâmpada integra uma revolução tecnológica que está chegando a lares, escritórios, hotéis
e escolas. Esse novo tipo de iluminação foi projetado para combater os efeitos nocivos da luz artificial e pode ajudar a regular o sono, a vivacidade e até o humor.
“A iluminação deixou de ser algo pendente do teto”, comentou Mariana Figueiro, que chefia a pesquisa sobre luz e saúde no Centro de Pesquisas sobre Iluminação do Instituto Politécnico Rensselaer. “Hoje em dia, a meta é criar tratamentos de luz específicos para cada pessoa.”
Cientistas sabem há anos que níveis e cores diferentes de luz podem ter efeitos biológicos importantes sobre as pessoas. No entanto, esse conceito só era aplicado a lâmpadas caríssimas —com preço de até US$ 300 mil— para usos especiais, como simular o ciclo de 24 horas para astronautas ou tratar icterícia em recém-nascidos.
Agora, com a sofisticação e o barateamento das tecnologias de iluminação, a exemplo dos LEDs, empresas estão desenvolvendo a chamada iluminação biológica para uso cotidiano.
O Lighting Science Group, que produz a Sleepy Baby, está entre as empresas direcionadas ao mercado crescente de produtos de iluminação voltados ao repouso ou ao estado de alerta. Outras são General Electric, Philips, Digital Lumens e LumiFi.
Algumas empresas também estão pesquisando aplicações da iluminação para a saúde, disse Milos Todorovic, que lidera pesquisas bioeletrônicas na Lux Research. Entre elas estão mudar o humor das pessoas e afetar processos físicos internos, disse ele, incluindo aumentar a produção de colágeno para sarar ferimentos.
As novas lâmpadas são projetadas para regular as necessidades corporais básicas de repousar e acordar, por meio de estímulos para os receptores nos olhos.
Quando expostos a luz com comprimento curto de onda, a extremidade azul do espectro, esses receptores suprimem a liberação do hormônio melatonina que induz o sono. Como a luz artificial branca, especialmente os LEDs usados em lâmpadas e telas iluminadas, geralmente têm muito azul, a exposição noturna tende a aumentar o estado de alerta.
“Somente nos últimos 50 anos, a quantidade de luz artificial usada per capita aumentou dez vezes”, informou Charles A. Czeisler, chefe da Divisão do Sono e de Distúrbios Circadianos no Brigham and Women’s Hospital em Boston. “Então tudo fica muito mais radiante desde o nascer do Sol até quando vamos dormir.”
Isso retarda o relógio interno do corpo entre três e cinco horas, acrescentou ele. Em consequência, as pessoas vão para a cama mais tarde, mas “ainda tentam acordar com as galinhas”.
Usar lâmpadas à noite que emitem luz com comprimento mais longo de onda, a qual é mais amarelada, pode ajudar a deter esse ciclo, disse ele.
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