terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sonda New Horizons pode explorar um objeto ainda mais distante que Plutão

Concepção artística mostra sonda New Horizons chegando ao longínquo objeto 2014 MU69, no Cinturão de Kuiper (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI/Alex Parker)
 
Parece que Plutão não será o último destino da sonda New Horizons, afinal. Depois de fazer um voo “rasante” pelo planeta anão no último dia 14 de julho, coletando um valioso acervo de dados sobre aquele pequeno mundo gelado, a missão deve continuar por uma região ainda mais longínqua do espaço.
A equipe de cientistas que controla a sonda anunciou na última sexta-feira (28) a escolha de um objeto do Cinturão de Kuiper (KBO, na sigla em inglês) que deve ser explorado em janeiro de 2019 - os quase três anos e meio é o tempo necessário para que a New Horizons percorra o trajeto de 1,5 bilhão de quilômetros entre o sistema plutoniano e o objeto 2014 MU69.
Com um diâmetro de cerca de 45 quilômetros, o objeto, chamado de “alvo preferencial 1” (PT1, na sigla em inglês) é apenas dez vezes maior que um cometa típico. O Cinturão de Kuiper, onde ele se encontra, está entre as regiões mais remotas do Sistema Solar, para além da órbita de Netuno.
A área consiste em uma infinidade de corpos rochosos que orbitam o Sol, mas jamais chegaram a formar um planeta de tamanho considerável. Por estarem a uma distância enorme de nossa estrela, estes minimundos congelados recebem pouquíssimo calor e, portanto, preservam quase que intacta a matéria dos primórdios do Sistema Solar. São resquícios capazes de contar como eram as coisas há 4,6 bilhões de anos.
No entanto, a extensão da missão New Horizons para além de Plutão, seu alvo primário, ainda não é garantida. A NASA explicou a situação em um comunicado: “como todas as missões que terminaram seu objetivo principal mas buscam fazer mais exploração, o time da New Horizons precisa escrever uma proposta para que a agência financie uma missão KBO.” O texto deverá ser avaliado por uma comissão independente de especialistas em 2016 antes que a NASA dê o sinal verde para a nova empreitada.
Mas neste caso, a ciência não pode se sujeitar à burocracia: será preciso fazer uma série de quatro manobras já neste ano, entre outubro e novembro, para que a sonda siga na direção do PT1 e tenha combustível suficiente para chegar lá a salvo.
O processo de escolha do objeto começou em 2011, quando os pesquisadores usaram os maiores telescópios disponíveis em solo e encontraram dezenas de candidatos - nenhum deles em uma rota viável. Foi só no ano passado, com uma mãozinha do Hubble, que eles conseguiram reduzir os destinos potenciais para cinco e depois para dois. O PT1 é o mais promissor deles e foi a escolha final da equipe de controle da sonda.
Galileu.com

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