quarta-feira, 16 de setembro de 2015

População de peixes nos oceanos está à beira do colapso, diz estudo

Atum e cardume de peixes menores é fotografado por um mergulhador, na Reserva Marinha de Galápagos

A quantidade de peixes, mamíferos, pássaros e répteis que vivem nos mares e oceanos caiu pela metade desde 1970. É uma queda considerada "catastrófica", de acordo com estudo feito pela a ONG WWF e a Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla em inglês) e divulgado nesta quarta-feira (16). A população de peixes usados para o consumo, como atum, cavala e bonito, diminuiu ainda mais: 74%. A análise revela que a redução foi causada pela pesca excessiva e outras ameaças ambientais.
"Os oceanos estão à beira do colapso. Eles são resistentes, mas há um limite", afirmou Marco Lambertini, diretor-geral do WWF Internacional. "Há uma diminuição enorme de espécies essenciais tanto para o ecossistema dos oceanos quanto para a segurança alimentar de bilhões de pessoas."
Para elaborar o relatório, os pesquisadores monitoraram 5.829 populações de 1.234 espécies, como focas, tartarugas, golfinhos e tubarões entre 1970 e 2012. "A análise aponta que bilhões de animais desapareceram dos oceanos de todo o mundo só no meu tempo de vida", declarou Ken Norris, diretor de ciência do ZSL, em um comunicado. "Este é um legado terrível e perigoso para deixar para os nossos netos".
O estudo afirma que as frotas de pesca do mundo são grandes demais e apoiadas por subsídios que ficam entre 14 e 35 bilhões de dólares por ano. Os danos a recifes de coral e mangues, que são berçários de muitos peixes, aumentam os problemas causados pela pesca em excesso. Outras ameaças são o desenvolvimento costeiro, a poluição e a mudança climática, que está elevando as temperaturas e tornando as águas mais ácidas.
Novas metas - No final deste mês, governos de todo o mundo devem adotar novos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), entre eles o fim da pesca predatória e das práticas destrutivas de pesca até 2020 e o restabelecimento das populações de peixes "no menor prazo factível".

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