Um grupo de cientistas indianos identificou o que acredita ser a jazida com medidas de proteção contra tsunamis mais antiga achada até o momento, um assentamento de 5 mil anos rodeado por um muro de entre 14 e 18 metros de largura situado no estado noroeste indiano de Gujarat.
A comunidade científica levava anos se perguntando o porquê de um muro "tão largo" ao redor desta jazida, no qual começaram a realizar escavações arqueológicas há cerca de uma década, explicou nesta terça feira à Agência Efe Rajiv Nigam, especialista do Instituto Nacional de Oceanografia (CSIR-NIO, em inglês) a cargo da pesquisa.
Sua equipe pôs recentemente fim à incógnita ao concluir que muito possivelmente "o muro foi construído para se proteger dos tsunamis", após descartar que tivesse como alvo a defesa contra animais ou inimigos.
Segundo o cientista chefe do CSIR-NIO, a civilização harappa construiu a antiga cidade de Dholavira neste lugar do Rann do Kutch indiano por tratar-se de um ponto de grande importância estratégica e comercial, apesar de ser uma zona "propensa" a registrar ondas gigantes.
Inclusive na "época moderna", em 1945, uma destas ondas sacudiu a região, acrescentou, ao apontar que a cidade apresentaria as "medidas de proteção contra tsunamis mais antigas" já identificadas.
Os pesquisadores acreditam que, de fato, um tsunami foi a causa mais provável de seu desaparecimento, já que no lugar foram encontrados organismos marítimos microscópicos chamados "foraminífera".
O assentamento urbano de Dholavira, que compreendia um castelo, uma cidade média e uma baixa, permaneceu no auge durante cerca de 1,5 mil anos e foi o principal porto da civilização harappa ou do Vale Indus, assentada na zona durante a Idade de Bronze, segundo um artigo do CSIR-NIO.
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