No deserto do Atacama, no Chile, os extremos da natureza podem se manifestar no mesmo dia. A temperatura pode variar dos 40º Celsius até até marcas negativas nos termômetros em menos de 24 horas, num cenário único no mundo. O lugar mais seco da Terra está espremido entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes e as rochas e areia tomam grande parte do lugar. A água é uma raridade por ali.
Normalmente, as chuvas no Atacama não passam de 35 milímetros por ano, bem menos do que um dia de chuva forte em São Paulo. Mas, neste ano, algo raro está acontecendo, o volume de água no deserto está bem maior do que costume, mudando radicalmente a paisagem normalmente árida.
Normalmente, estar no deserto do Atacama é quase como viajar para Marte, já que, de acordo com os cientistas da Nasa, é o lugar da Terra mais parecido geologicamente com o planeta vermelho. Os seus vulcões e gêiseres tornam a paisagem ainda mais próxima de um filme de ficção científica. O céu límpido, por causa da falta de nuvens, é um dos principais lugares de observação do espaço.
A altitude também contribui com o clima, dificultando que as massas de ar, guiadas pelas correntes marítimas do Pacífico, subam os 2.400 metros de altitude necessários para levar água ao Atacama. Para que isso aconteça, é preciso que um fenômeno meteorológico conhecido como inverno altiplânico, que empurra as massas de umidade até o fim das cordilheiras, ocorra para causar as tão esperadas e raras chuvas no deserto.
Os três dias de chuva seguidos no mês de fevereiro mudaram estas regras e transformaram o terreno rochoso, revelando uma nova face do Atacama, multicolorido e com vida. Só em um dos dias, a chuva ultrapassou os 60 milímetros e foi possível presenciar até mesmo neve junto com os pingos d’água. O colorido do arco-íris também levou um pouco mais de cor para a árida e uniforme paisagem do lugar mais seco do mundo.
National Geographic
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