sexta-feira, 30 de março de 2012

Cientistas desenvolvem "GPS interestelar"

Cientistas alemães estão desenvolvendo uma técnica de navegação espacial que usa pulsares - estrelas mortas - como uma espécie de guia. O sistema, que usa os sinais de raio X emitidos pelas estrelas para identificar posições extremamente precisas, foi apresentado nesta sexta-feira, 30, durante o Encontro Nacional de Astronomia da Grã-Bretanha, na Universidade de Manchester.
As pulsares são estrelas densas, que têm um movimento de rotação intenso e emitem raios em padrões tão estáveis que se comparam à performance de um relógio atômico. Esta propriedade é perfeita para a navegação interestelar, dizem os pesquisadores.
Se uma nave tiver meios de detectar as emissões, poderia comparar o tempo de sua chegada aos previstos no local de referência. Isso permitira aos astronautas determinar sua posição com uma margem de erro de apenas 5 quilômetros em qualquer lugar da galáxia.
"O princípio é tão simples que definitivamente pode ser colocado em prática", disse Wener Becker, do Instituto Max-Planck de Física Espacial. "Essas pulsares estão em todos os lugares do universo e sua radiação é tão previsível que tal experiência seria bastante direta", disse.
A proposta se assimila à usada no sistemas de GPS (Global Positioning System, ou Sistema Global de Posicionamento, em português) usado por motoristas de todo o mundo. As transmissões das informações obtidas por meio dos raios das pulsares seriam passadas para as naves via satélites.
Os sistemas atuais de navegação espacial não são precisos e requerem uma série de antenas instaladas aqui na Terra. Os satélites Voyager, da Nasa, por exemplo, que são os dispositivos mais distantes do planeta (a aproximadamente 18 bilhões de quilômetros, perto do fim do Sistema Solar), se deslocam e preveem posições com uma margem de erro de várias centenas de quilômetros.
Ainda não se pode saber, porém, se a navegação por meio das emissões das pulsares será usado a curto prazo. Os telescópios usados para a detecção desses raios são pesados e volumosos, o que requer um processo de miniaturização para que eles sejam levados junto das naves. Tais dispositivos, afirma Becker, já estão em desenvolvimento, mas devem ficar pronto em 15 ou 20 anos.
Estadão.com 

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