A sonda espacial Cassini registrou jatos de água gelada em vários voos próximos à superfície de uma lua de Saturno, Encélado, que poderiam indicar um habitat propício para a existência de vida, informou a Nasa na quarta-feira (27).
"Mais de 90 gêiser de todos os tamanhos estão emitindo vapor de água, partículas de gelo, e componentes orgânicos na superfície do Polo Sul de Encélado", disse Carolyn Porco, chefe da equipe de Imagens Científicas da missão.
Estes gêiser, que surgem através de fendas na superfície gelada da sexta lua de Saturno, poderiam revelar a existência de um vasto mar subterrâneo.
Estes gêiser, que surgem através de fendas na superfície gelada da sexta lua de Saturno, poderiam revelar a existência de um vasto mar subterrâneo.
"Cassini voou várias vezes através destas partículas e as analisou. Além de água e material orgânico, encontramos sal nas partículas de gelo. A salinidade é a mesma que a existente nos oceanos da Terra", explicou Carolyn.
A cientista afirmou que parece "coisa de louco", mas parece como "se nevasse sobre a superfície deste pequeno mundo", em referência às condições favoráveis à vida microbiana neste satélite.
"No fim, esse é o lugar mais promissor que conhecemos para a pesquisa em astrobiologia. Não precisamos sequer mexer na superfície. Basta voar entre estas colunas de partículas. Ou podemos pousar sobre a superfície e tirar mostras", disse.
A sonda Cassini, lançada em 1997, é uma missão na qual participam a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana, cujo objetivo é estudar as mudanças climáticas em Saturno e em suas luas.
No ano passado a Nasa decidiu prolongar a missão, que transmitiu informações do sistema de Saturno durante quase seis anos, até 2017.
"O tipo de ecossistemas que Encélado pode abrigar poderiam ser como os existentes nas profundezas de nosso planeta. Embora tudo aconteça inteiramente à revelia de luz solar", acrescentou.
Cassini foi lançada ao espaço em outubro de 1997 junto com a sonda Huygens da ESA, e chegou às imediações de Saturno em 2004 para iniciar o estudo de Titã, a maior lua do planeta.
IG Ciência
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