terça-feira, 2 de julho de 2013

Satélite europeu encontra cratera onde existiu lago sob superfície de gelo da Antártida

O satélite CryoSat, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), encontrou uma vasta cratera sob a superfície de gelo da Antártica. Cientistas acreditam que ela se formou depois da drenagem de um lago, a uma distância de três quilômetros da crosta de gelo.
Embaixo desta grossa camada que cobre Antártica, existem lagos de água fresca sem conexão direta com o oceano. Estes lagos são de grande interesse para cientistas que estão tentando entender o transporte de água e a dinâmica do gelo sob a superfície congelada da Antártica, mas esta informação não é fácil de obter, afirma a ESA.
O método consiste em perfurar quilômetros de gelo até a água, um esforço bastante difícil nas duras condições das regiões polares. Mas em vez de olhar para baixo em direção ao gelo, a equipe de cientistas olha para o céu para melhorar sua compreensão sobre a água subglacial e sua forma de transporte.
Combinando novas medidas obtidas pelo CryoSat com informações anteriores do satélite ICESat, da Agência Espacial norte-americana (Nasa, na sigla em inglês), a equipe mapeou a grande cratera deixada pelo lago e também determinou a quantidade de água contida.
De 2007 a 2008, seis quilômetros cúbicos de água - algo parecido com o Lago Ness, da Escócia, que tem cerca de 37 quilômetros de comprimento, área de 56,4 km² e profundidade máxima de 226 metros - foram drenados do lago, tornando-se o maior evento do tipo já registrado.
A quantidade de água é igual a um décimo do derretimento que ocorre sob a Antártica anualmente. Desde o fim de 2008, o lago parece estar sendo reabastecido, mas numa velocidade seis vezes menor do que a da drenagem. Com isso, ele poderia levar década para o reabastecimento total.
O estudo, publicado no periódico “Geophysical Research Letters”, ressalta a capacidade do CryoSat de mapear as mudanças dos lagos subglaciais da Antártica em 3D.
“Graças ao CryoSat podemos ver bem os detalhes que não eram aparentes em satélites mais antigos”, afirmou em nota Malcolm McMillan, da Universidade de Leeds e autor da pesquisa.
Com o estudo de lagos subglaciais, a esperança é encontrar vida marinha pré-histórica. Embora o recente esvaziamento e posterior reabastecimento do lago sugere que não é a primeira vez que isto tenha ocorrido. Cerca de 400 lagos foram descobertos na Antártica.

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