segunda-feira, 1 de julho de 2013

6 razões que tornam um calor de 50°C infernal

Dezenas de internações hospitalares, uma equipe de bombeiros mortos em combate a um incêndio florestal, aeronaves impedidas de voar...A lista de efeitos nocivos da onda de calor que varre o sudoeste dos Estados Unidos assusta. No Vale da Morte, um dos parques país mais extensos, na Califórnia, os termômetros chegaram a marcar 54 graus neste fim de semana, apenas três graus abaixo daquela que foi a temperatura mais alta já registrada no mundo, o que aconteceu também na região há 100 anos.
Temperaturas recordes, que se aproximavam dos 50 graus Celsius, foram registradas em outros dois estados, Nevada e Arizona. A onda de calor, dizem os meteorologistas, é causada por um sistema de alta pressão provocado por uma mudança nas correntes de ar.
Mas, como lembrou Barack Obama durante anúncio da primeira grande estratégia do país contra as mudanças climáticas, “as altas temperaturas são fenômeno cada vez mais frequente nos EUA, com direito a quebra de recordes”. No período entre julho de 2011 e junho de 2012, o país teve os meses mais quentes de sua história, desde que a medição oficial de temperaturas começou, em 1895.
É de matar (de verdade)
Pelo menos um homem morreu e muitas outras pessoas foram hospitalizados por causa da onda de calor. O homem idoso foi encontrado em uma casa sem ar condicionado, segundo o The New York Times. Outras 200 pessoas que assistiam a um concerto ao ar livre precisaram de cuidados médicos, relata o Washington Post.
O calor é um dos principais assassinos relacionadas com o clima nos Estados Unidos, resultando em centenas de mortes a cada ano. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) dedica atá uma seção especial para o assunto em sua página na internet, com o título autoexplicativo “Calor: um grande assassino”. Para se ter uma ideia, a onda de calor de 1980 matou mais de 1250 pessoas.
Incêndios florestais
Com o calor histórico, os incêndios florestais castigam o sudoeste americano e colocam vidas em perigo. Neste domingo, 19 bombeiros de uma equipe de elite morreram durante combate às labaredas violentas que consumiam uma floresta no estado do Arizona, em uma região conhecida como Yarnell Hill. O fogo, que segue incontrolável, danificou ao menos 200 das 500 residências da área até agora.
Muito quente até para voar
As temperaturas recordes não poupam nem quem pode ficar longe, bem longe do solo. No aeroporto de Bermuda Dunes, em Palm Spring, na Califórnia, todos os voos com aeronaves de pequeno porte foram cancelados no fim de semana, acredite, por causa do calor. “Quando o termômetro marca mais de 40 graus, o ar fica mais fino", explicou o instrutor David Shapiro ao canal The Weather Network. “E quanto mais fino for o ar, menos sustentação para o avião".

O principal risco é relacionado às manobras de decolagem e pouso. Em geral, quanto maior a pista, maiores as chances da aeronave conseguir a sustentação necessária. Projetado para lidar com ondas de calor expcepcionais, o aeroporto internacional de Palm Spring tem o dobro da pista do aeroporto de Bermuda e ainda conta com medidas de alongamento temporário. De toda a forma, por precaução, vários aeroportos do sudoeste americano estão operando com um maior intervalo entre poucos e decolagens.
Mortes nas fronteiras
Se nas cidades, o calor beira o insuportável, no deserto ele pode ser inclemente. Só na última semana, três pessoas que tentavam atravessar clandestinamente a fronteira do México para os Estados Unidos foram encontradas mortas no deserto do Arizona, vítimas das altas temperaturas. Atentas à questão, as autoridades americanas aumentaram a vigilância na região.
Efeitos na saúde

Durante o clima extremamente quente e úmido, a capacidade do corpo refriar-se é afetada. Quando o corpo aquece muito rapidamente ou quando muito líquido ou sal é perdido por desidratação ou sudorese, a temperatura corporal aumenta e as doenças relacionadas com o calor podem se desenvolver. Elas podem variar de simples cãibras e exaustão até insolações mais graves e mesmo causar mortes. A população mais vulnerável é constituída por idosos e doentes sem assistência em ambientes insalubres.
É bom preparar o coração para as mudanças. Segundo um estudo da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), o suor em excesso promove a concentração de colesterol, queda da pressão e deixa o sangue mais denso, condições ideais para o infarto e derrame. Nos estados afetados pelo car nos EUA, as autoridades têm alertado a população para que fique em casa, especialmente os mais velhos, nas horas mais quentes do dia.
Que tal erguer um prédio sob sol a pino?

Se sair de casa nos meses mais quentes e abafados já é difícil, para quem trabalha longe do ar condicionado a realização das tarefas pode ser ainda mais estressante. Quem mais sofre são os trabalhadores de indústrias pesadas, construção civil, exército e agricultura.
Isso porque, à longa lista de fatores que prejudicam a capacidade de trabalho de uma pessoa, o verão adiciona mais um - o “estresse térmico”. Além de afetar a saúde do trabalhador, gerando desânimo e desconforto físico, o estresse térmico também afeta o rendimento. Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%.
Exame.com

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