terça-feira, 9 de julho de 2013

Telescópio inaugurado na Austrália vai ajudar a prever tempestades solares

Tempestades solares são grandes explosões que acontecem na superfície do Sol, causadas por mudanças repentinas em seu campo magnético. Algumas são fortes o suficiente para atingir a Terra, afetar o funcionamento de satélites e, nos casos extremos, as redes de energia. Em 1989, por exemplo, um desses eventos causou um apagão que afetou 6 milhões de pessoas no Canadá. O próximo pico de atividade solar está previsto para o final de 2013, com danos e intensidade imprevisíveis. Nesta segunda-feira, astrônomos inauguraram no deserto australiano o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA), que pode aumentar a capacidade de previsão dessas tempestades.
O telescópio irá investigar ondas de rádio de baixa frequência que chegam à Terra a partir de vários cantos do Universo — incluindo as emitidas pelo Sol durante as tempestades. Com a nova tecnologia, os cientistas acreditam que poderão prever as tempestades solares com antecedência quatro vezes maior: 20 horas antes de as partículas alcançarem a Terra.
Além de alertar para a intensidade da atividade solar, o equipamento também analisará sinais de radio FM para investigar a existência de lixo espacial perigoso em volta do planeta, que ameace outros satélites ou missões espaciais. Juntas, as duas tecnologias podem resultar numa economia de bilhões de dólares.
Telescópio no deserto — O MWA custou 52 milhões de dólares e foi construído por instituições de quatro países: Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia e Índia. Ele é o primeiro de três projetos internacionais planejados para formar o Square Kilometre Array (SKA), um radiotelescópio de dois bilhões de dólares, com estações espalhadas na Austrália e na África do Sul, que vai investigar a Via Láctea e regiões remotas do Universo.
O novo telescópio irá investigar ondas de rádio em frequências que vão de 80 até 300 megahertz. As rádios FM costumam operar dentro dessa margem, o que tornaria sua operação impossível perto de lugares habitados. Por isso, ele foi instalado em um ponto remoto no oeste australiano, em meio ao deserto.
Origens do Universo — Os pesquisadores também esperam que o WMA ajude a estudar os gases que cercavam as primeiras galáxias do Universo. Para isso, eles pretendem utilizar suas antenas para analisar ondas de rádio emitidas há 13 bilhões de anos, menos de um bilhão de anos após o Big Bang. "Esse é um cenário empolgante para qualquer um que já tenha olhado para o céu e se perguntado como o Universo surgiu”, diz Steven Tingay, diretor do MWA e professor de astronomia radioativa da Universidade de Curtin, na Austrália.
Entre outras instituições envolvidas na construção do telescópio estão a Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, e a Universidade de Sidney, na Austrália.
Veja.com 

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