Estudo publicado na Ecology Letters indica os lugares do oceano dedicados à proteção de espécies que precisam de expansão.
Muitos conservacionistas sempre dizem que não existe algo como uma proteção “suficiente” das espécies. Segundo estudo publicado ontem na Ecology Letters, que examina a situação dos oceanos, as áreas de proteção marinha não são adequadas para permitir que ecossistemas ameaçados se recuperem.
O trabalho detalha que partes do oceano dedicadas à proteção de espécies, com desempenho de funções ecológicas vitais, precisam urgentemente de expansão.
“O que levou a esta nova investigação foi o reconhecimento de que todas as espécies não são as mesmas e que algumas têm papel mais importantes e diferentes na ecologia do oceano,” disse Tim McClanahan, diretor do programa marinho da Wildlife Conservation Society. “O estudo se prestou a identificar regiões com populações de peixes vulneráveis,” afirmou ele.
“Se estas funções vitais forem perdidas, a capacidade do oceano de fornecer alimentos e outros serviços ecológicos fica prejudicada,” acrescentou. “Nossa análise aponta estas falhas e pode fornecer a base para acelerar a proteção destas funções.”
Muitas delas são desempenhadas por espécies de peixes que são também alimento para milhões de pessoas. O estudo revela um problema significativo: as comunidades de peixes mais ecologicamente valiosas estão atualmente vulneráveis e não são cobertas pela rede atual de áreas de proteção marinha.
Os autores do estudo compilaram uma base global de dados de populações tropicais costeiras de peixes em 169 locais do mundo, focando naquelas que ocorrem em águas de até 50 metros de profundidade ou menos. A equipe comparou os dados com mapas de distribuição de 6.136 espécies de peixes tropicais de recifes de corais. Foram também incluídos na análise a pesca, poluição e mudança do clima.
De um ponto de vista regional, a análise revelou que os pontos ricos em espécies estão no arquipélago Indo-Australiano e no Caribe. Aquelas ricas em peixes de mobilidade mais curta estão em zonas periféricas do Atlântico, assim como no Indo-Pacífico. Já as áreas de alta vulnerabilidade incluem as águas costeiras do Chile, o leste tropical do Pacífico e o leste do Atlântico, onde comparativamente poucas espécies desempenham funções ambientais vitais, relata o e-Science News.
National Geographic
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