quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Biólogos descobrem gene que desacelera o envelhecimento

 AMPK permitiria viver por mais tempo e com mais saúde (Foto: Moyan Brenn/flickr/creative commons)

A vida de uma drosófila normalmente dura cerca de seis semanas. Depois que um grupo de biólogos da Universidade da Califórnia induziu um aumento na quantidade do gene AMPK ativa em seus intestinos, passaram a viver com mais saúde por um período de até oito semanas – pode parecer pouco, mas para a realidade do inseto o aumento corresponde a uma expectativa de vida 30% maior. O resultado é promissor pois o gene também está presente no genoma humano, e pode surtir efeitos semelhantes em nosso organismo.
“Ao invés de estudar as doenças do envelhecimento – Mal de Parkinson e de Alzheimer, câncer, derrame, doença cardiovascular, diabetes – uma por uma, nós acreditamos que pode ser possível intervir no processo de envelhecimento e atrasar o aparecimento de muitas destas doenças”, explica David Walker, biólogo molecular e um dos autores do artigo, publicado na última semana no periódico acadêmico Cell Reports.
O gene funciona como uma espécie de sensor de energia da célula, e é ativado naturalmente quando os níveis energéticos estão baixos. O mecanismo que ele origina é a chamada autofagia, através do qual as células descartam resíduos como organelas envelhecidas ou danificadas. Se permanecer por muito tempo no interior celular, este “lixo” pode causar danos, provocando o envelhecimento. Apesar de ter sido focado no intestino dos animais, uma vez estimulada, a ação do AMPK se estende pelo corpo todo.
“Nós mostramos que quando ativamos o gene no intestino ou no sistema nervoso, vemos que o processo de envelhecimento é desacelerado para além do sistema de órgãos em que o gene é ativado”, diz o professor. Dessa forma, seria possível retardar os efeitos da velhice no corpo e também no cérebro. Walker ressaltou que o gene é ativado principalmente pela droga metformina, usada no tratamento da diabetes tipo 2.
Galileu.com

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