quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Crânio encontrado na Dinamarca pode ser alienígena

 
Durante escavações realizadas na cidade de Olstykke, na Dinamarca, pesquisadores encontraram um crânio que é 50% maior que a cabeça humana e que possui cavidades enormes na região dos olhos. O objeto batizado de “crânio de Sealand” foi encontrado por trabalhadores que substituíam a tubulação de esgoto debaixo de uma antiga casa.
“Apesar de ter muita semelhança com mamíferos, alguns traços fazem com que seja impossível catalogá-lo entre os animais da taxonomia de Linneo”, afirmaram pesquisadores do Colégio Veterinário de Copenhague, que estudaram o crânio. Além disso, consideraram que sua estrutura era “parecida” com a caveira de um extraterrestre.

O Instituto de Niels Bohr realizou uma datação por radiocarbono, revelando que o misterioso ser viveu entre 1.200 e 1.280 d.C.
Quando comparado com o crânio de um humano, o crânio de Sealand tem várias diferenças. Os orifícios dos olhos não são apenas maires, mas profundos e arredondados. Além disso, a cavidade ocular se estende para as laterais do crânio, enquanto no humano, os olhos estão mais no centro. A narina no crânio de Sealand é muito pequena e o queixo estreito.

Stephen Hawking quer chegar perto do planeta Proxima b

A empolgante descoberta do Proxima b deixa em evidência um projeto milionário do físico britânico, que usa microssondas na busca vida inteligente extraterrestre.
 
Há muito a astronomia não se empolgava tanto como nesta semana, após a descoberta do planeta Proxima b. Localizado a 4,2 anos luz da Terra - algo que é considerado próximo, astronomicamente falando -, o planeta orbita uma estrela chamada Proxima Centauri e pode ter água e condições favoráveis para a vida. Mas o objeto mais veloz construído pela humanidade, a sonda Voyager 1, levaria milhares de anos para chegar à Proxima Centauri (isso, claro, se já estivesse voando em direção à estrela). 
Mas o que Stephen Hawking, o famoso físico britânico, tem a ver com isso? É que junto com o bilionário russo Yuri Milner, ele patrocina um projeto chamado Breakthrough Starshot, que pretende explorar justamente a Alpha Centauri, a constelação onde está a Proxima B.
Starshot

O Starshot deverá receber US$ 100 milhões (cerca de R$ 320 milhões) nos próximos anos para desenvolver microssondas com tamanho e peso menores que os de um smartphone, apelidadas “starchips”, conectadas a “velas” reflexivas, que seriam infladas por poderosos lasers instalados em solo. Com isso, hipoteticamente, seria possível acelerar o conjunto a uma velocidade em torno de 160,9 milhões de km/h, o que permitiria que as sondas alcançassem Proxima Centauri num prazo de 20 a 30 anos.
“O que nós torna únicos é a capacidade de transcender nossos limites. A gravidade nos coloca no chão, mas criamos o avião. Eu perdi minha voz, mas ainda posso falar (vítima de uma doença degenerativa, o físico de 72 anos fala graças a um software desenvolvido especialmente para ele). Como transcender esses limites? Com nossos cérebros e nossas máquinas”, disse Hawking, durante o lançamento do projeto, em abril deste ano - sem ainda saber da descoberta do Proxima B.  
Para ele, o limite que nos desafia atualmente é o “imenso vazio entre nós e as estrelas”, que pode ser confrontado “com a nave espacial mais leve já criada”, atingindo Alpha Centauri ainda nesta geração.  

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Pesquisadores acham na Índia jazida mais antiga com proteção contra tsunamis

 
Resultado de imagem para fotos de jazidas na Índia protegidas por muros contra tsunamis
 
Um grupo de cientistas indianos identificou o que acredita ser a jazida com medidas de proteção contra tsunamis mais antiga achada até o momento, um assentamento de 5 mil anos rodeado por um muro de entre 14 e 18 metros de largura situado no estado noroeste indiano de Gujarat.
A comunidade científica levava anos se perguntando o porquê de um muro "tão largo" ao redor desta jazida, no qual começaram a realizar escavações arqueológicas há cerca de uma década, explicou nesta terça feira à Agência Efe Rajiv Nigam, especialista do Instituto Nacional de Oceanografia (CSIR-NIO, em inglês) a cargo da pesquisa.
Sua equipe pôs recentemente fim à incógnita ao concluir que muito possivelmente "o muro foi construído para se proteger dos tsunamis", após descartar que tivesse como alvo a defesa contra animais ou inimigos.
Segundo o cientista chefe do CSIR-NIO, a civilização harappa construiu a antiga cidade de Dholavira neste lugar do Rann do Kutch indiano por tratar-se de um ponto de grande importância estratégica e comercial, apesar de ser uma zona "propensa" a registrar ondas gigantes.
Inclusive na "época moderna", em 1945, uma destas ondas sacudiu a região, acrescentou, ao apontar que a cidade apresentaria as "medidas de proteção contra tsunamis mais antigas" já identificadas.
Os pesquisadores acreditam que, de fato, um tsunami foi a causa mais provável de seu desaparecimento, já que no lugar foram encontrados organismos marítimos microscópicos chamados "foraminífera".
O assentamento urbano de Dholavira, que compreendia um castelo, uma cidade média e uma baixa, permaneceu no auge durante cerca de 1,5 mil anos e foi o principal porto da civilização harappa ou do Vale Indus, assentada na zona durante a Idade de Bronze, segundo um artigo do CSIR-NIO.

Como empresas de internet armazenam o que elas sabem sobre você?

Quando o ativista austríaco pró-privacidade Max Schrems solicitou seus próprios dados pessoais armazenados pelos servidores do Facebook, recebeu um CD-ROM com um documento de 1.222 páginas.
Esse arquivo, cujas páginas impressas teriam quase 400 metros de comprimento se fossem colocadas lado a lado, é uma amostra do apetite da rede social por detalhes particulares dos seus 1,65 bilhão de usuários.
A informação repassada ao ativista incluía números de telefones e endereços de e-mail de amigos e familiares; o histórico de todos os dispositivos que ele usou para acessar o Facebook; todos os eventos a que ele tinha sido convidado; todo mundo que ele tinha adicionado como amigo (e posteriormente desfeito a amizade); e um arquivo com suas mensagens privadas.
Havia ainda transcrições de mensagens que ele tinha apagado.
Schrems, que diz ter usado o Facebook ocasionalmente durante um período de três anos, acredita que parte considerável de suas informações pessoais ficaram retidas.

Getty Images
O austríaco Max Schrems move duas ações contra o Facebook questionando a política de privacidade da empresa em relação aos dados dos usuários

O ativista recebeu registros de dados divididos em cerca de 50 categorias, mas acredita que existam mais de 100 diferentes.
"Eles retiveram meus dados de reconhecimento facial, que é uma tecnologia que pode me identificar pelas minhas fotos. Eles não divulgam as informações de monitoramento, que é uma tecnologia ainda mais assustadora porque permite identificar se você já leu, por exemplo, uma página sobre carro esportivo e quanto tempo você demorou para ler".
Em sua página de política de dados, a rede social afirma que armazena dados "pelo tempo necessário para fornecer produtos e serviços" aos usuários e os usa para melhorar seus fornecimento de conteúdo, seus anúncios publicitários e suas medidas de segurança.
O Facebook também é capaz de monitorar o uso da internet de pessoas que não fazem parte da rede social por meio dos cookies (arquivos de internet que armazenam temporariamente o que o internauta está visitando na rede) instalados nas máquinas, algo que levou a uma recente disputa judicial na Bélgica.
Inicialmente, a Justiça belga havia determinado que a coleta de dados de usuários que não eram membros do Facebook era uma violação das leis do país, mas o Facebook entrou com recurso - e ganhou, em junho passado - ao argumentar que havia usado os cookies para garantir a segurança do serviço, agregando que descartava os dados após dez dias.
Além disso, a Justiça belga acatou o argumento de que as autoridades regulatórias do país não tinham jurisdição sobre o Facebook, cuja sede europeia fica na Irlanda.

BBC
O Facebook consegue acompanhar o uso da internet até mesmo de pessoas que não são membros da rede social

A briga judicial e a experiência de Schrems ilustram os desafios que enfrentamos em uma era digital na qual dados de usuários de aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais, programas de busca sob medida, usuários e-mail e de aplicativos bancários têm seus dados pessoais coletados e armazenados num espaço virtual, a chamada "nuvem".
Mas onde estão exatamente todos esses dados, como são usados, e quão seguros estão?

O grande quarteto

Mais da metade dos armazenamentos em nuvem rentável do mundo é controlado por quatro grandes corporações. A Amazon é de longe a maior delas, com cerca de um terço da quota de mercado internacional e mais de 35 centros de dados em todo o mundo.
Em seguida, Microsoft, IBM e Google aparecem na lista das empresas que mais armazenam dados. Cada uma delas adota um padrão global semelhante de servidores e armazenamento.
 
D Svantesson /Arquivo Pessoal
O professor Dan Svantesson afirma que armazenar dados em lugares diferentes pode gerar problemas uma vez que estão submetidos a legislações distintas
 
Vários desses grandes provedores de nuvem normalmente duplicam os dados dos usuários em suas redes. Isso significa que informações enviadas para a nuvem no Reino Unido ou nos EUA, por exemplo, podem ser transferidas em algum momento para servidores nas principais cidades ao redor do mundo, como de Sydney para Xangai.
O problema de se fazer isso, diz o professor Dan Svantesson, especialista em Direito da Internet na Universidade de Bond, na Austrália, é que "há sempre um risco de que o país destino dos dados não tenha o mesmo nível de proteção que a sua própria nação".
"Se os seus dados vão parar em outro país, nem sempre está claro quem terá direito de acesso a eles, sejam provedores de rede ou quem aplica a lei", diz ele.
Benjamin Caudill, consultor de segurança cibernética em Seattle, nos EUA, também se preocupa com a forma com que dados são distribuídos.
 
BBC
Benjamin Caudill, consultor de segurança cibernética, acredita que a maioria dos provedores de espaço na nuvem nem sempre sabe exatamente onde todos os dados estão armazenados
 
"Ninguém realmente sabe bem como a salsicha é feita", diz Caudill, cujo trabalho prevê avaliar mecanismos de defesa das empresas de testes.
"É muito difícil compreender onde os dados estão armazenados. Muitas vezes, as próprias empresas não têm certeza de onde todos eles estão", observa o consultor.
Ele diz que um cliente seu, que usava o serviço na nuvem Azure, da Microsoft, foi vítima de um hacker - todos os dados e back-ups foram eliminados.
 
GETTY IMAGES
O colorido centro de dados do Google em Taiwan não se limita a servidores de computador - é necessária uma grande quantidade de refrigeradores também
 
Depois de muita pesquisa, verificou-se que uma parte dos dados perdidos tinha sido armazenada nos servidores do Azure em outro lugar. Ao mesmo tempo que foi um alívio para o cliente de Caudill, gerou desconfiança a aparente forma aleatória com os dados haviam sido alocados em servidores da Microsoft.
"Ninguém realmente sabe quão seguro são os serviços em nuvem dos principais fornecedores", diz Caudill, que suspeita que "tanto Amazon como Azure tiveram a segurança comprometida em algum momento."

Falha de segurança?

Por sua vez, todos os grandes provedores de nuvem pública dizem priorizar a segurança dos dados.
Nas instalações do servidor do Google, na Carolina do Sul, por exemplo, guardas tomam conta das portas e são usados scanners biométricos de íris nas entradas no controle do acesso ao interior do centro de armazenamento de dados. Feixes de laser no chão identificam intrusos.
Mas ninguém é capaz de afirmar que nunca houve nenhum tipo de violação ou falha da segurança.
 
Google
Centro de dados do Google na Finlândia, onde instalações também têm reforço de segurança
 
Um porta-voz da Microsoft disse à BBC que a empresa não apenas protege os dados de seus clientes como tem o compromisso de capacitar os usuários para ajudá-los a tomar decisões quanto a essas informações. "Recomendamos que os clientes visitem o Trust Center da Microsoft para saber mais sobre como seus dados são geridos e mantidos em segurança".
A Amazon salienta que os clientes "têm total controle de seu próprio conteúdo". "Escolhem onde armazenar seus dados, que não são movidos a não ser que o cliente decida movê-los."
Essa capacidade de escolher em qual a região os dados serão armazenados é cada vez mais popular entre empresas, em particular as da União Europeia, onde um novo e rigoroso Regulamento Geral de Proteção de Dados deverá entrar em vigor em 2018.

À própria sorte

Mas nós, consumidores, muitas vezes não desfrutamos desse luxo.
"Os dados da sua conta do Gmail com certeza estão em mais de um servidor e em mais de um país", diz o professor Svantesson.
E por que devemos nos preocupar?

Thinkstock

Quanto mais espalhados pelo mundo, mais vulneráveis estão nossos dados à ação de hackers, argumenta Caudill - uma suposição que ganha força pelo aumento no número de casos de fraude de identidade.
Como as pessoas continuam armazenar suas informações on-line, em um complexo terreno de legislações distintas e de protocolos de segurança nacionais nem sempre públicos, Svantesson dá alguns conselhos práticos - que muitas pessoas ainda não seguem.
"Sugiro não colocar nada muito importante na nuvem, como informações de cartão de crédito, ou imagens pessoais que você não quer que outros vejam. Algumas coisas que você deve guardar apenas para si mesmo", aconselha.
BBC Brasil

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Chega ao fim simulação de um ano de viagem a Marte

 
Terminou neste domingo no Havaí (EUA) um ano de isolamento para seis cientistas que simularam uma estadia em Marte. Os participantes dessa simulação permaneceram isolados em uma barraca –com dimensão de 11 metros de diâmetro e seis metros de altura– perto do vulcão Mauna Loa. A equipe de trabalho incluiu vários especialistas do âmbito da medicina e da física de diversas nacionalidades.
 
 
Para recriar as condições de uma futura viagem ao planeta vermelho, os cientistas dispunham de um sistema de comunicações que funcionava com um atraso de 20 minutos, como o que teriam os colonizadores de Marte. Durante sua experiência, os participantes só puderam acessar o exterior com trajes especiais, assim como precisaram administrar os recursos limitados que tinham à disposição –em um entorno sem vida animal nem vegetal ao redor– e trabalhar para evitar conflitos na convivência.
Essa simulação de uma viagem para outro planeta é a segunda mais longa, depois de um projeto de 520 dias realizado na Rússia. Os responsáveis pela equipe havaiana afirmaram que os participantes estão bem. O programa contou com financiamento da NASA.
A pessoa designada à frente do projeto foi a doutora Kim Binsted, professora da Universidade de Havaí. Vários grupos de pesquisa em escala mundial utilizaram as informações recolhidas durante a simulação para realizar estudos de comportamento. Nesses estudos foram usados métodos de realidade virtual (3D) com a família e os amigos da tripulação para mitigar os efeitos do isolamento, além de análises sobre estresse, entre outros aspectos.
Criações similares foram desenvolvidas na mesma ilha do Pacífico com duração de entre quatro e oito meses. Esse enclave geográfico é ideal, uma vez que o solo que existe ao redor do Mauna Loa é parecido com o que os astronautas encontrariam em Marte. Devido à elevação do terreno, pouco se encontra vida vegetal e os cientistas tiveram que sobreviver sem produtos frescos, como aconteceria em uma viagem ao planeta vermelho. Em janeiro do ano que vem começará uma nova missão simulada de oito meses, com duração aproximadamente até janeiro de 2018.
El País.com

Chegar em Marte em apenas 3 dias poderá ser possível

Imagens de Marte recolhidas pela NASA  quase parecem da Terra -
 
O nível das pesquisas para estabelecer viagens interestelares está sendo elevado pela NASA com objetivo de acelerar a velocidade das naves espaciais para exploração do espaço.
Estima-se que o homem demoraria em torno de cinco meses para chegar a Marte com a tecnologia atual, mas um sistema de lasers está sendo desenvolvido pelo cientista Philip, que seria capaz de colocar uma nave espacial em apenas três dias em Marte.
O sistema fotônico de propulsão conta com o impulso de fótons, que são partículas de luz e pode ser facilmente ampliada e deve estar disponível para testes em pouco tempo, de acordo com o site Curiosidade. Os fótons trabalham para impulsionar a nave espacial por meio da energia. É possível gerar impulso suficiente para acelerar gradualmente a nave espacial.
O grande desafio agora é desenvolver esse sistema em uma escala compatível com o tamanho necessário para viagens do homem ao espaço.Atualmente, o sistema não é projetado para mandar seres humanos em distâncias interestelares, mas sim robôs bem equipados para missões de pesquisa e envio da inteligência artificial para sistemas solares distantes.
 
Imagens de Marte recolhidas pela NASA quase parecem da Terra
 
 
 
 
 
 

domingo, 28 de agosto de 2016

Furacão Gastón se fortalece em águas abertas do Atlântico

O furacão Gastón, terceiro formado nesta temporada no Atlântico, se fortaleceu na noite de sábado em águas abertas, chegou à categoria 2 e agora apresenta ventos de até 165 km/h, com rajadas ainda mais intensas.
 O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), em seu segundo boletim deste domingo, previu que o furacão Gastón se fortalecerá ainda mais nas próximas 48 horas, mas não emitiu avisos nem alertas para a população já que ele ainda está longe da terra.
 
Furacão (imagem ilustrativa)
 
Cuba e o sul da Flórida, porém, estão sentindo os efeitos da passagem de um sistema de baixa pressão que se movimenta em direção ao oeste dos Estados Unidos. Espera-se que ele chegue ao Golfo do México na segunda-feira, onde as condições ambientais são mais propicias para que ele se organize e se desenvolva.
A possibilidade de esse sistema se transformar em um ciclone (tempestade tropical ou furacão) nas próximas 48 horas é de 40%, segundo o NHC. Em cinco dias, a chance aumenta para 60%.
Quanto ao Gastón, o centro do furacão, de categoria 2 na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco, está localizado a 970 quilômetros da Ilha de Bermuda e avança lentamente em direção noroeste, sem riscos, por enquanto, para regiões povoadas.
Com ventos máximos constantes de 136,7 km/h, agora elevados a 165 km/h, o Gastón recuperou na noite de ontem a força de furacão categoria 1 que tinha perdido na última quinta-feira.
Das sete tempestades tropicais formadas no Atlântico desde o dia 1º de junho, três se tornaram furacões: Alex, Earl e Gastón. O segundo deles provocou 54 mortes no México no início de agosto.
 

Nos EUA é criada a maior área de preservação ambiental do planeta

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Expandindo um monumento nacional marinho que está localizado na costa do Hawaii, o presidente Barack Obama criou a maior área de proteção ambiental do planeta, que possui um total de 937,568 quilômetros quadrados de terra e mar. Um anuncio será feito antes da Pacific Islands Conference of Leaders e da IUCN World Conservation Congress, que se realizarão no mês de setembro em Honolulu. Essa ação torna evidente a importância que Obama deu as questões de conservação ambiental e mudanças climáticas ao longo de seu segundo mandato e com isso, acaba por somar um total de sete presidentes americanos, partindo de Theodore Roosevelt em 1909, que adotaram medidas afim de proteger parte do arquipélago, que é considerado uma das maiores áreas de biodiversidade do mundo.

Em uma declaração, Obama falou sobre o importante papel ambiental e cultural da região onde a área de proteção está localizada, destacando que a preservação do meio marinho é de interesse publico. Em tempo, as atividades relacionadas à pesca comercial e também à mineração em alto mar serão proibidas na área de preservação, em contra partida, a pesca recreativa, a remoção de recursos para fins culturais de tradição havaiana e pesquisas científicas serão permitidas mediante autorização federal.
William Aila, ativista havaiano, falou que a ação do presidente irá preservar “uma paisagem cultural marinha, com a história dos polinésios que migraram-se para o Havaí.” Quando questionado sobre o que ele acha a respeito da expansão da área de preservação ambiental, Aila declarou no dialeto havaiano: “Olu olu”, que significa que “é muito agradável“. [WP
Em uma declaração, Obama falou sobre o importante papel ambiental e cultural da região onde a área de proteção está localizada, destacando que a preservação do meio marinho é de interesse publico. Em tempo, as atividades relacionadas à pesca comercial e também à mineração em alto mar serão proibidas na área de preservação, em contra partida, a pesca recreativa, a remoção de recursos para fins culturais de tradição havaiana e pesquisas científicas serão permitidas mediante autorização federal.
William Aila, ativista havaiano, falou que a ação do presidente irá preservar “uma paisagem cultural marinha, com a história dos polinésios que migraram-se para o Havaí.” Quando questionado sobre o que ele acha a respeito da expansão da área de preservação ambiental, Aila declarou no dialeto havaiano: “Olu olu”, que significa que “é muito agradável“. [WP]

 
 


 

sábado, 27 de agosto de 2016

Pesquisadores monitoram em tempo real possíveis defeitos da mudança climática

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Nos dias de chuva pesada no final de maio que causaram inundações fatais na França e na Alemanha, Geert Jan van Oldenborgh foi trabalhar.
O doutor Oldenborgh não é um socorrista ou um gestor de desastres naturais, mas um pesquisador climático no Instituto Meteorológico Real dos Países Baixos. Com vários colegas de todo o mundo, ele assumiu a tarefa de responder a uma pergunta sobre as inundações que surge hoje em dia sempre que ocorre um clima extremo: a culpa é da mudança climática?
Há anos, a maioria dos meteorologistas e cientistas do clima responderiam a essa pergunta com uma desculpa: não é possível atribuir eventos climáticos individuais, como tempestades ou secas, à mudança climática.
Mas durante a última década pesquisadores vêm tentando fazer exatamente isso, ajudados por melhores modelos de computador, mais dados climáticos e, sobretudo, uma melhor compreensão da ciência de um clima em mudança.
Os estudos de atribuição, como são chamados, podem durar meses, em grande parte por causa do tempo necessário para acionar modelos em computador. Hoje, cientistas como o doutor Oldenborgh, que faz parte de um grupo chamado World Weather Attribution (Referência do Clima Mundial), estão tentando fazer esses estudos o mais próximo possível dos eventos.
“Equipes científicas estão assumindo o desafio de fazer esse tipo de análise muito rapidamente”, disse Peter A. Stott, chefe do grupo de atribuição climática no Met Office, a agência meteorológica do Reino Unido.
No caso das inundações europeias, a World Weather Attribution, que é coordenada pela Climate Central (Central do Clima), uma organização de pesquisa climática sediada em Princeton, no Estado americano de Nova Jersey, divulgou um relatório menos de duas semanas depois que o Sena e outros rios transbordaram. O grupo concluiu que a mudança climática havia tornado mais provável a enchente na França, mas não pôde tirar uma conclusão sobre a inundação na Alemanha.
“No caso da França, tivemos cinco medições quase independentes, e todas concordaram”, disse o doutor Oldenborgh. “Com a Alemanha, só tivemos duas, e elas divergiram.”
Os cientistas dizem há décadas que o aquecimento global deve provocar um aumento das condições climáticas extremas. Porque mais água evapora dos oceanos e o ar mais quente detém mais umidade, a mudança também deve procurar tempestades mais intensas.
Analisar acontecimentos isolados é problemático, principalmente por dois motivos: o clima é naturalmente variável, e o aquecimento global pode ser apenas um de vários fatores que influenciam um determinado evento. Como há necessidade de dados confiáveis, também é menor a probabilidade de que os estudos sejam realizados em países que não têm muita estrutura para a coleta de dados.
Os estudos de atribuição envolvem acionar modelos climáticos várias vezes. Como nenhum modelo é uma representação perfeita da realidade, variá-los ligeiramente em cada operação e tirar a média dos resultados dá aos cientistas mais confiança em sua precisão.
Um conjunto de operações simula o clima como é realmente, incorporando o efeito estufa das emissões de gases, enquanto outro conjunto simula o clima como se a influência humana nunca tivesse acontecido.
Os pesquisadores então comparam dados históricos, assim como dados do evento real, como chuvas ou temperaturas, com os diferentes resultados de modelos para avaliar qualquer impacto climático. A análise é dada em termos de probabilidades, maiores ou menores, de que a mudança climática tenha tido um efeito.
O processo começa com e-mails entre membros do grupo, geralmente seguidos por uma sessão de videoconferência para discutir se um fato específico é digno de estudo. Pelo menos um membro do grupo também precisa ter tempo para fazer o trabalho. “Você precisa pôr tudo de lado durante uma semana”, disse o doutor Oldenborgh, que fez a maior parte do trabalho sobre a análise das inundações porque os outros pesquisadores estavam em uma conferência.
Uma parte crucial da tarefa é definir o evento — o que aconteceu e que variável meteorológica é melhor para estudá-lo. No caso do estudo europeu, os modelos que os pesquisadores usaram simulam chuva, e não inundação. Então eles usaram a chuva como variável.
“Não podemos examinar inundações, apenas chuvas intensas”, disse Friederike Otto, um pesquisador da Universidade de Oxford que trabalha com o doutor Oldenborgh. “Onde choveu, e quanto choveu?”
Entre os modelos que eles usam há um que o grupo do doutor Otto em Oxford aciona regularmente, usando os computadores pessoais de grande número de voluntários. O modelo é global, mas os resultados regionais podem ser extraídos e usados para a análise rápida.
O doutor Oldenborgh disse que a análise da inundação europeia foi uma boa ilustração da necessidade de transparência, porque apesar de os pesquisadores estarem confiantes em suas conclusões para a França eles reconheceram que não podiam tirar conclusões sobre a Alemanha.
“Precisamos ter certeza de que temos a mente suficientemente aberta para concluir que, embora tenhamos gasto muito tempo nisto, não podemos concluir nada”, disse ele.
New York Times

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Basílicas, construções medievais e torres: centenas de obras de arte estão em risco após terremoto

Enquanto continuam as buscas por sobreviventes entre os escombros do terremoto de magnitude 6.2 que atingiu a Itália, um outro alerta veio à tona: o patrimônio histórico e cultural da região corre perigo.

Amatrice é considerada um patrimônio muito importante, uma cidade projetada fundada no século 12

Segundo um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério para os Bens Culturais, 293 bens históricos e culturais foram destruídos ou estão seriamente ameaçados em um raio de 20 km do epicentro do terremoto.

A maior parte dos danos aconteceu em Amatrice, onde basílicas, igrejas, bibliotecas, portas romanas, torres e pontes de grande valor histórico viraram pó.
"Amatrice era muito importante porque foi uma cidade fundada na metade do século 12. Não é um vilarejo que cresceu, foi uma cidade projetada, como Brasília. O plano da cidade é único na Itália", explicou à BBC Brasil o professor Alessandro Viscogliosi, da Faculdade de Arquitetura da Universidade Sapienza, em Roma.
Há anos ele pesquisa e escreve sobre a região, onde tinha uma casa que também desabou no terremoto.
"No momento do terremoto eu deveria estar em Amatrice com um grupo de seis estudantes e outros colegas professores", contou Viscogliosi. O grupo adiou a pesquisa por questões médicas.
Ele coordena um projeto de pesquisa sobre o patrimônio histórico e urbanístico da região. No verão, quando o clima é quente, costumam acontecer os trabalhos de pesquisa de campo.
"Amatrice era uma cidade especial também porque dela dependiam cerca de 80 outros vilarejos menores vizinhos. São muitas casas medievais e igrejas com obras de arte espalhadas pela região", afirmou Viscogliosi.
 Até o momento, sabe-se que na cidade foram gravemente atingidas pelo terremoto a basílica de São Francisco, a Igreja de Santo Agostinho e o museu cívico.
A cidade vizinha de Accumoli também abriga portas medievais e palácios, e sua história remonta ao século 11. Em 1643, a vila foi comprada pela família Medici (mecenas de grandes artistas como Michelangelo e Rafael) e mais tarde vendida ao reino de Nápoles.
Próximos passos
O Ministério para Bens Culturais ativou quatro unidades de crise para avaliar os danos e prevenir maiores estragos.
"Agora ainda estamos buscando sobreviventes. Assim que as condições mínimas de segurança forem garantidas, equipes irão à região", disse à BBC Brasil por telefone a partir de Roma, Paolo Iannelli, engenheiro membro da unidade de crise.
Segundo ele, o ministério conta com protocolos e procedimentos que já foram usados em outras situações de emergência. Os próximos passos incluem mapeamento dos danos e análise técnica dos bens a serem retirados do local, protegidos ou restaurados.
"Agora o maior desafio é minimizar o dano aos bens culturais que ainda estão em pé. Se chove, por exemplo, pode se perder o material sob os escombros em museus e bibliotecas", acrescentou Ianello.
Outro risco também seriam possíveis roubos e danos, principalmente a obras de arte dentro das igrejas.
"A grande desgraça do terremoto em Áquila (em 2009) foi que preciosas estátuas de terracota desabaram no chão e se quebraram. Mas também é preciso ficar atento aos ladrões de obra de arte", afirmou o professor Viscogliosi.
Em gesto de solidariedade, o governo convidou os italianos a visitarem museus neste domingo, 28, quando toda a arrecadação dos ingressos será doada aos esforços de reparação dos bens artísticos atingidos pelo terremoto.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Vênus e Júpiter irão "se esbarrar" neste sábado

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Vênus e Júpiter, os dois planetas mais brilhantes do nosso Sistema Solar ficarão praticamente ’emparelhados’ neste sábado, dia 27 de agosto, ao passarem pela mesma longitude celestial, relata o portal Sky&Telescope. A conjunção planetária será apreciada a olho nu logo após o por do Sol.

O fenômeno vai ocorrer apenas naquele dia e pode ser visto acima do horizonte ocidental, onde as nuvens não cobrem a visão.
Conforme explicado pela revista, os dois planetas se aproximam tanto que daqui da Terra nós temos a sensação de que os dois planetas estão se encostando, embora essa seja uma separação angular, por isso as distâncias são extremamemente enormes.
A conjunção de Vênus e Júpiter é um fenômeno relativamente comum e acontece pelo menos uma vez por ano. No entanto, a aproximação que acontecerá neste sábado é especial porque será a mais próxima até ano de 2065.

10 bilhões de pessoas povoarão a Terra em 2053

 
Dos 7,4 bilhões de seres humanos que existem sobre este planeta no momento, passaremos a 10 bilhões em 2053. Este terço extra de humanos se dividirá de forma muito desigual: a população asiática continuará crescendo, mas em um ritmo menor, assim como a americana. Mas dois extremos serão a África, onde o número duplicará, e a Europa, com países como a Espanha, Alemanha ou Romênia, que perderão até 20% de sua população. Estes são apenas alguns dos muitos dados do novo relatório do Population Reference Bureau (PRB).
Desde 1962, esta organização, financiada por várias fundações norte-americanas e a Agência para o Desenvolvimento dos EUA, publica relatórios sobre demografia, recursos e desenvolvimento humano. O deste ano é dedicado especialmente a como o planeta conseguirá sustentar tanta população em situações tão extremas.
A World Population Data Sheet de 2016 estima que em 2030 já haverá 8,5 bilhões de habitantes e, em 2050, a população terá crescido 33% em relação à atual, até os 9,9 bilhões. Será preciso esperar três anos mais para chegar à cifra redonda dos 10 bilhões.
Mas o mais interessante desse número será sua distribuição geográfica e a pirâmide populacional. Muitos dos acontecimentos sociais, processos econômicos, cataclismos humanos e problemas políticos dependerão desses dois fatores. Por exemplo, a projeção que aponta que a população da África, especialmente a subsaariana, dobrará, passando dos 1,203 bilhões atuais para os 2,527 em meados dos anos 2050 prevê que a pressão migratória sobre a Europa não cairá.
Ao mesmo tempo, e de forma paradoxal, cada vez haverá menos europeus, e mais velhos. Desde os Montes Urais até a costa da Irlanda, a população cairá 12 milhões de habitantes. Mas o total esconde grandes diferenças. Assim, enquanto Alemanha e Ucrânia perderão mais de nove milhões de cidadãos, Reino Unido e França ganharão em torno de 10 milhões. Entre os países que mais perdem estão Espanha, com 3,5 milhões de espanhóis a menos, e Romênia, que perderá quase 30% de sua população.
 
 
Em relação à pirâmide populacional, o relatório confirma projeções anteriores. Hoje já existe uma grande diferença entre países desenvolvidos e menos desenvolvidos: apesar de a quarta parte da população mundial estar abaixo de 15 anos, apenas 16% dos jovens dessa idade vivem nos países mais ricos, diante de 41% que representam os mais pobres. O Japão, seguido de perto por alguns países europeus, tem 27% de sua população acima dos 65 anos. No extremo oposto, os países do golfo, como Catar e Emirados Árabes Unidos, têm apenas 1% de aposentados.
O relatório não se restringe à evolução da população. Estes são alguns de seus dados que mais chamam a atenção:
  • A Índia, que tem quase a mesma população da China, se tornará o mais povoado em 2050.
  • A Espanha está entre os 10 países com menor taxa de fertilidade do mundo.
  • Todo ano morrem 5,2 milhões de crianças no mundo, e apenas 65.000 nos países desenvolvidos.
  • Enquanto São Francisco (EUA) gera 608 kg de lixo por pessoa por ano, os habitantes de Kampala, em Uganda, geram 183 kg.
  • 91% da população mundial tem água corrente, mas a porcentagem cai até 49% em países como Angola.
  • Há uma média de 526 pessoas por km2 de terra cultivável. Mas o dado faz todo sentido quando se observa que o número cai para 238 nos países mais desenvolvidos e aumenta para 697 nos menos desenvolvidos.
  • El País
  • quarta-feira, 24 de agosto de 2016

    Cinco motivos que tornam fascinante a descoberta do planeta "Proxima B"

    O mundo habitável mais próximo de nós pode estar na nossa vizinhança espacial, segundo um estudo recém-publicado na revista Nature.
     
    Proxima b
    Cientistas da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, dizem que a estrela mais próxima de nosso Sistema Solar, a Proxima Centauri, é orbitada por um planeta do tamanho da Terra, o Proxima b.
    "Acredito que essa seja a descoberta mais importante possível de um exoplaneta", diz Carole Haswell, pesquisadora da Open University, em referência ao nome dado a mundos existentes fora do nosso Sistema Solar. "O que poderia superar um planeta habitável que orbita a estrela mais próxima do Sol?"
    Entenda a seguir o que torna este achado tão significativo.

    1. Proxima b está bem perto de nós

    Em escala espacial, esse planeta é praticamente um vizinho da Terra. Está a apenas 4 anos-luz de distância.
    Ele estava "escondido" bem embaixo de nossos narizes, orbitando a estrela mais próxima ao nosso Sistema Solar, Proxima Centauri.
     
    Proxima b

    2. É um planeta parecido com a Terra

    Proxima b tem dimensões bem parecidas com a do nosso mundo.
    E, assim como a Terra, cientistas acreditam se tratar de um planeta sólido e rochoso.

    3. É possível que tenha água líquida

    O planeta está se movendo a 7,3 milhões de km de sua estrela, uma distância consideravelmente menor do que a da Terra para o Sol, de 149 milhões de km.
    Mas Proxima Centauri é uma estrela-anã vermelha, ou seja, bem menor e mais fria do que o nosso Sol, então, Proxima b acaba recebendo 70% do fluxo de energia que normalmente atinge a Terra.

    Proxima b

    Nessas condições, o planeta não é quente ou frio demais para que exista água em estado líquido em sua superfície. Se houver, também pode haver vida nele.
    Mas ainda é preciso determinar se ele tem ou não uma atmosfera, o que é muito importante para essa hipótese.

    4. Mas a radiação é um problema...

    A Proxima b orbita um tipo de estrela muito ativa e que emite uma forte radiação por meio de explosões.
    Isso tornaria desafiador que qualquer coisa sobreviva em sua superfície, mas alguns cientistas acreditam que esse fator não necessariamente elimina a possibilidade de o planeta abrigar vida.

    Escala de estrelas

    5. E chegar lá ainda é uma missão impossível

    Apesar de ser o exoplaneta mais próximo que já encontramos, levaríamos, com a tecnologia atual, milhares de anos para percorrer os 40 trilhões de quilômetros que nos separam dele.
    Ainda assim, é um ótimo objeto de estudo para a ciência. E, com a ajuda de telecópios posicionados na Terra e no espaço, será possível observá-lo mais de perto para checar se Proxima b de fato tem as condições ideias para vida.
    "Claro, ir até lá atualmente é ficção científica", diz Guillem Anglada-Escudé, integrante da equipe que revelou a existência do planeta.
    "Mas não é mais apenas um exercício de imaginação pensar em enviar uma sonda até ele algum dia."
    BBC.com

    Por que a Itália é tão suscetível a terremotos?


     
     
    A Itália sofreu na madrugada desta quarta-feira o terremoto mais intenso desde 2009. O tremor de magnitude 6.2 deixou pelo estimados 120 mortos, além de milhares de desabrigados.
    Mas abalos de grande intensidade fazem parte da rotina de quem vive ao longo da cordilheira dos Apeninos ─ o último do tipo aconteceu há quatro anos, em 2012, em Medolla, no norte do país, e deixou ao menos 17 mortos.
     
    Por quê?
    Segundo dados disponibilizados pela agência governamental americana que monitora desastres naturais, desde 2000 a Itália registrou 12 terremotos de grande intensidade.
    A atividade sísmica na região mediterrânea é resultado do grande atrito entre as placas tectônicas da África e da Eurásia. Mas há mais detalhes a serem levados em conta no terremoto da madrugada desta terça-feira.
    O Mar Tirreno, no oeste da Itália, entre o continente e as ilhas da Sardenha/Córsega, está se abrindo aos poucos, cerca de 2 cm por ano.
    Cientistas dizem que isso vem contribuindo para o "racha" ao longo dos Apeninos. Segundo alguns especialistas, essa pressão é agravada pelo movimento da crosta terrestre no leste, no Mar Adriático, que estaria se movendo para debaixo da Itália.
    O resultado é um grande sistema de falhas que percorre toda a extensão da cadeia montanhosa, com uma série de falhas menores aos lados.
    Cidades como Perugia e Áquila estão localizadas em cima dessas falhas.
    Agora, imagens de satélites que serão tiradas da região dos Apeninos nos próximos dias ajudarão a mapear a área do terremoto. Essas fotos serão comparadas a imagens espaciais anteriores ao tremor de terça, para que se possa avaliar qual foi o movimento das rochas.
    Isso ajudará os cientistas a entender precisamente onde e como foi o atrito das placas tectônicas, informação que pode ajudar os especialistas a entender se todo o estresse do choque foi liberado ou se foi acumulado em placas próximas.

    Histórico

    Apesar de ser mais suscetível a terremotos, a Itália não sofria um tremor de grande intensidade havia quatro anos.
    Em maio de 2012, dois abalos ─ de 5.8 e 6.1 de magnitude ─ atingiram o norte do país.
    Mas o pior tremor a atingir a Itália recentemente aconteceu em Áquila, em 2009.
    Naquele ano, um terremoto de 6.3 de magnitude arrasou a cidade, deixando mais de 300 mortos e outros 1,5 mil feridos. Outras 65 mil pessoas ficaram desabrigadas.
    O de maior intensidade de que se tem registro no país ocorreu no início do século passado, em 1905, segundo o monitoramento americano. Foi quando 557 pessoas morreram após um tremor de 7.9 de magnitude atingir as comunas de Monteleone, Tropea e Nonte Poro.
    Mas houve tremores ainda muito mais fatais. Um deles foi registrado em Nápoles, em 1980, com um saldo de 4.689 mortes.
    BBC Brasil

    Maior avião do mundo cai ao realizar segundo teste de voo

     
    O Airlander 10, maior avião do mundo, caiu durante o seu segundo voo de teste.
    A enorme aeronave, apelidada de "The Flying Bum" por causa de sua parte traseira arredondada, caiu quando voltava para aterrissar na base, em Cardington Airfield, no Reino Unido. O incidente ocorreu na manhã desta quarta-feira (24), ao final da sua segunda tentativa de voar, informa o Independent.
     
    Seu nome oficial é Martha Gwyn, no entanto, o equipamento ganhou notoriedade não apenas por causa do seu tamanho, mas pela forma curiosa da sua parte de trás.
    "Nós prestamos esclarecimento após o segundo voo de teste ocorrido nesta manhã", disse um porta-voz da HAV, fabricante da aeronave.
    "Todos os tripulantes estão seguros e bem. Não há feridos", completou.
    O avião parece ter apresentado falhas técnicas quando fazia o voo de volta para o solo. "Uma linha que estava pendurada no avião acabou atingindo um poste", disse uma testemunha. "Então, começou a cair, parecendo um mergulho de nariz, acabando por esmagar sua cabine".
    O avião está à venda por 25 milhões de libras (cerca de R$ 105 milhões) e os fabricantes esperam que ele possa ser vendido para uma variedade de usos, como para vigilância, comunicações e entregas.
    O Airlander 10 pode transportar uma carga útil de até dez toneladas e pode ficar no ar por até cinco dias. A empresa espera construir dez aviões como esse por ano até 2021.

    Pescador guardou debaixo da cama pérola que vale R$ 320 milhões

    A pérola encontrada nas Filipinas pesa 34 quilos e pode ser a maior do mundo: Pérola gigante
     
    Um pescador filipino entregou às autoridades do país uma pérola que pode valer mais de 100 milhões de dólares (cerca de 320 milhões de reais) – e que ele guardou debaixo da cama por dez anos. O pescador afirma que, durante esse período, ele ficou com a pérola para tê-la como um amuleto de boa sorte.
    Uma oficial de turismo de Puerto Princesa, cidade em que a ocorreu a descoberta, divulgou imagens da pérola nas redes sociais. Ela quer atrair gemologistas para que eles certifiquem a autenticidade do achado.
    A pérola entregue às autoridades pesa 34 quilos, tem 30,5 centímetros de largura e 67 centímetros de comprimento. Hoje, a Pérola de Lao Tzu, também encontrada nas Filipinas, é considerada a maior do mundo. Ela pesa 6,4 quilos.

    terça-feira, 23 de agosto de 2016

    Olimpíada - balanço da imprensa estrangeira não foi "desastre épico"

    Cerimônia de encerramento Rio-2016
     
    As expectativas não eram das melhores. Antes dos Jogos Olímpicos, a imprensa estrangeira falava sobre o risco da zika, possíveis problemas de segurança e infraestrutura. Agora, a maioria avalia o evento como bem-sucedido e diz que o Rio ficará com um legado importante, apesar dos gastos com a estrutura esportiva.
     
    Ao falar sobre a cerimônia de encerramento, que aconteceu na noite de domingo (21), Tom McGowan, da rede de TV “CNN”, disse que “foi uma noite para o Rio comemorar. Apesar de preocupações sobre segurança e zika, os Jogos ocorreram em grande parte sem problemas”.
    O “Wall Street Journal” afirmou que o Brasil se despede da Olimpíada “orgulhoso e aliviado”. Nelson Rowe escreveu que “para a maior parte, o Brasil gostou do que viu nestes Jogos Olímpicos. Depois de duas semanas desafiadoras, fechando dois anos de más notícias, o país estava pronto neste domingo, finalmente, para ter um pouco de autocongratulação”.
     
    No mesmo jornal, Paul Kiernan disse que “os Jogos Olímpicos de 2016 não foram o desastre épico que muitos temiam. A poluição da água não estragou a competição de vela, infraestruturas construídas às pressas não entraram em colapso e os preparativos de segurança não permitiram um ataque terrorista. Para a maioria dos visitantes, foi um evento esplêndido”. O próximo desafio do Rio, concluiu Kiernan, será evitar o retrocesso.
     
     Cerimônia de encerramento da Olimpíada Rio
     
    Para o francês Libération, os jogos terminaram com um “balanço globalmente positivo”.
     “Prometeram-nos os jogos mais bagunçados da história. Mas nada disso: transportes numerosos e que fluíam bem, locais de provas prontos, condições de alojamento elogiadas pelos atletas.”
     
    “Até as estrelas do golf, que têm padrões de conforto elevados, aproveitaram cada minuto passado na Vila Olímpica, porque eles entenderam que tinham vindo para o Rio por causa do esporte. A única desvantagem: o Exército estava por toda parte, o tempo todo. Mas é um sinal dos tempos”, continuou o Libération.

    Para os espanhóis, o transporte não funcionou tão bem assim. Segundo o jornal “El Mundo”, os 17 dias foram desfrutados intensamente pela maioria dos participantes, mas houve “muito sofrimento e uma queixa comum sobre a organização, especialmente sobre o transporte e sobre o acesso a alguns recintos”. 
     
     Boulevard Olímpico na Praça Mauá
     
    O jornal disse que vários jornalistas veteranos descreveram o Rio 2016 como “os piores Jogos” que tinham participado, embora o “sentimento predominante tenha sido de entusiasmo em torno dos 10,5 mil atletas de 205 países (e uma delegação de refugiados) que competiram em 306 provas de 42 diferentes esportes”.
     
    Acabou mesmo?“O quê? Terminou? O que a gente vai fazer agora?”, se perguntavam os jornalistas do “Le Monde” nesta manhã, já em um tom nostálgico. Eles fizeram um texto em primeira pessoa descrevendo as experiências vividas no Rio de Janeiro ao longo das últimas duas semanas.
     
    Os franceses superaram o medo de contrair o vírus da zika. “A gente não viu um só mosquito. Por isso, paramos de passar o repelente todas as manhãs e acabamos sendo picados.”
     
    Irônicos, eles disseram ter observado “o direito trabalhista brasileiro” ao ver os supermercados abertos 24 por dia. Os jornalistas também destacaram não terem visto “muitos brasileiros negros nos estádios cheios”.   
     
    E não foi só o biscoito Globo que levantou polêmica durante os Jogos. “Nós sobrevivemos à fome graças aos biscoitos para cachorros vendidos para humanos nos supermercados cariocas com o nome de “crocantíssimo” pelo preço módico de R$ 2.”
     
    “Obrigada, Rio. A gente reclamou muito, mas estava bom”, concluiu o “Le Monde”.
     
    Legado O americano “The New York Times” analisou os gastos e os benefícios que a Olimpíada trouxe ao Brasil. Para analistas ouvidos pelo jornal, o saldo positivo é mais significativo do que na Copa, que deixou muitos estádios que pouco serão usados no futuro. Com os Jogos Olímpicos, revitalizações importantes que estavam sendo adiadas há décadas, além da construção de metrô e de habitações a preços acessíveis, puderam ser concretizadas no Rio.
     
    "Os Jogos Olímpicos de 2016 alteraram a cidade de 6 milhões de habitantes, produzindo um porto revitalizado, uma nova linha de metrô e uma onda de projetos municipais, pequenos e grandes, que estavam há muito tempo na lista de desejo de administradores da cidade", afirmou Andrew Jacob.
    “Em alguns bairros pobres, os Jogos Olímpicos serviram para acelerar a transformação de clínicas públicas que sofriam com longas esperas e serviço de má qualidade. Em um deles, na Cidade de Deus, um software agiliza o processo de triagem, um ombudsman recebe queixas e um novo aplicativo permite que os supervisores monitorarem quanto tempo os médicos gastam com cada paciente”, diz o NYT.
     
    Astrid Prange, jornalista do alemão "Deutsche Welle", disse que, mesmo que após os Jogos os problemas da cidade permaneçam os mesmos de antes, a cidade mudou: “uma nova autoconfiança tomou conta de seus cidadãos”.
     
    “É o justo orgulho de, sob as circunstâncias mais difíceis, ter realizado o maior evento esportivo do mundo, com mais de 10 mil atletas e 500 mil espectadores. É a satisfação de após anos dos distúrbios causados pelas grandes obras, reconhecer um novo rosto da cidade. E é a alegria pelo reconhecimento mundial desse ato de força organizatório, esportivo e social”, escreveu ela.
     
    Para a jornalista, os Jogos Olímpicos libertaram o Rio. “Libertaram do difundido complexo de inferioridade brasileiro de que no exterior tudo funcione melhor do que no próprio país.”
    Veja.com

    Suiça vai testar robôs-carteiros a partir de setembro

    O Swiss Post, serviço de entrega de cartas da Suiça, lança robôs-carteiros

    O Swiss Post, o serviço de correios da Suíça, informou nesta terça-feira que a partir do mês que vem irá testar robôs para a entrega de pacotes. “No futuro, os robôs entregadores poderiam complementar as atuais soluções logísticas de entrega e trabalhar no trecho que atualmente não é coberto pelos carteiros”, explicou a empresa em comunicado.
    Dependendo dos resultados, a utilização comercial dos robôs será posta em prática dentro de três anos. A experiência vai começar nas cidades de Berna, capital administrativa do país, Koniz e Biberist. Os usos mais prováveis vão da entrega de alimentos a entrega de produtos médicos dentro de um mesmo bairro.
    Os robôs poderão carregar até 10 quilos por até 6 quilômetros. Eles circularão na velocidade média de uma caminhada a pé pelas calçadas, em áreas geralmente destinadas aos pedestres. De acordo com o Swiss Post, o robô se deslocará de forma autônoma até o destino final e estará programado para evitar obstáculos e pontos de perigo.
    O equipamento funcionará com a combinação de um sistema de GPS – para determinar posições – e de um sistema de reconhecimento visual do entorno por meio do uso de câmaras. Em caso de dúvidas ou de lugares especialmente difíceis, um operador remoto controlará o robô à distância. Mas, “com cada viagem, o robô-carteiro aprenderá algo novo, e isso aumentará sua autonomia”, afirmou a empresa.
    Durante o período de teste, os robôs terão o acompanhamento de um funcionário, que reunirá todas as informações possíveis sobre seu funcionamento.
    Veja.com

    O lugar mais cruel da Terra

     
    Mais quente que as cavernas que escondem os cristais gigantes de Naica. Mais irrespirável que os gêiseres de Yellowstone ou de Tatio. Mas neste deserto salgado 120 metros abaixo do nível do mar, a Terra usou a melhor de suas paletas para criar uma inimitável paisagem de formas minerais. É o inferno de Dallol, na Etiópia.
    Na superfície do continente africano, a geologia desenha um enorme Y. Isso porque a crosta oceânica emerge à superfície abrindo falhas titânicas que se alargam a velocidades imperceptíveis e que, quando alagadas, se transformam em mares. Duas dessas falhas começaram a se formar há 30 milhões de anos e hoje são o mar Vermelho e o golfo de Áden. A terceira, o pé do Y, começou um pouco antes, mas talvez não siga adiante. Mesmo assim, já deixou uma imensa marca que sobe desde a Tanzânia através do Quênia e da Etiópia. É o chamado Vale do Rift. No ponto de união dessas três falhas se encontra um deserto de sal, a chamada depressão de Danakil, uma área de mais de 100 quilômetros quadrados que, à primeira vista, parece um interminável tapete de sal, mas que esconde fascinantes fenômenos minerais e –  quem sabe – também as respostas a perguntas cruciais sobre a natureza da vida.
    Na realidade, o Danakil não está coberto por um tapete, mas por um manto de sal de dois quilômetros de espessura depositado durante as sucessivas ocasiões em que o mar Vermelho invadiu essa depressão nos últimos 200.000 anos. Sob essa camada salina existe um magma quente que tenta alcançar a superfície. A jazida de sal, elástica e impermeável, resiste às investidas magmáticas, mas acabou por se romper, deixando sair os líquidos, vapores e gases presos em seu interior. A colina criada pelo impulso do magma e moldada pela mineralização é conhecida como Dallol, um lugar que os afar, os habitantes da região, acreditam ser o lar de um espírito maligno.



    A subida ao Dallol é feita por uma encosta cor de chocolate. Ao amanhecer, a temperatura já supera os 30 graus. A paisagem é árida. Não há rastro de vida. O ambiente que se respira é inquietante, pelo aroma de enxofre e pela presença dos soldados etíopes que nos escoltam nesta insegura fronteira com a Eritreia.
    O Dallol é um campo hidrotermal sem igual. Por todo lado há fontes termais de onde jorra água fervente. Essa água é na verdade uma salmoura supersaturada. Quando brota, todo esse sal excedente se cristaliza formando pilares que inicialmente são de um branco brilhante e puro. A acidez das águas é brutal, quase 500 vezes maior que a do limão. Depois do sal, quando a temperatura da água baixa algumas dezenas de graus, o enxofre se condensa pintando de amarelo fluorescente os pilares inativos. As águas ácidas empoçam graças a represas construídas pela cristalização do próprio sal. O ferro, em contato com o oxigênio da atmosfera, oxida-se reduzindo o pH até o valor mais baixo já encontrado em meio natural, quase 10.000 vezes mais ácido que o limão. As sucessivas mineralizações causadas pela oxidação tingem as águas de cores vibrantes, do verde lima ao verde jade, do laranja ao vermelho, os ocres e chocolates. Você anda sobre uma crosta de sal que sabe que é oca e quebradiça. Percebe que debaixo dos pés há algo que ameaça sair à superfície. O borbulhar intimidador que se ouve e se sente sob o chão ardente por onde escapam gases e vapores faz medir cada passo. Esse vapor de água salgada constrói estruturas de fina crosta que parecem ovos de sal. Quando as fontes termais brotam sob a água empoçada, a salmoura se cristaliza formando uma tubulação pela qual chega até a superfície. Ali precipita uma crosta circular em volta do escoadouro criando belas estruturas em forma de cogumelo que parecem nenúfares flutuando sobre águas multicoloridas.



    Se a tudo isso quiserem chamar de arte, ressaltemos que se trata de arte efêmera. Tudo é fugaz no Dallol, como cabe à extraordinária geodinâmica da região. Tudo é cambiante. As áreas que ontem estavam tranquilas hoje apresentam uma atividade inquietante. As fumarolas que ontem fumegavam a oeste hoje o fazem a leste. As flores de sal que reluziam brancas hoje estão amarelas e, depois de amanhã, vermelhas. E desaparecerão para germinar em outros lugares. A poucos quilômetros daqui apareceu um incipiente campo de fumarolas e fontes termais. Foi ao lado de uma lagoa chamada “negra” cheia de uma solução saturada de sal de magnésio. Levamos toda uma tarde para colher amostras da lagoa, porque cair nela seria morte certa. A água está a 70 graus centígrados e sua concentração é tão alta que tem uma consistência de gel, do qual deve ser impossível sair. Alguns quilômetros a sudeste formou-se outra lagoa, chamada “amarela”, mortalmente bela, decorada com nenúfares de sal e cercada de cadáveres de aves iludidas pelo demônio do Dallol que exalam um odor repugnante.
    Os militares que nos escoltam receberam a ordem de abandonar acampamento. A fronteira está cheia de bandidos à espreita e o cânion de sal que nos fornece a irrisória, mas única sombra existente nos arredores é um lugar difícil de defender pelos jovens soldados que nos guardam. Descemos às pressas do Dallol para recolher os laboratórios e nossos pertences. Um caminhão militar transfere o acampamento a um lugar aberto, com visibilidade de 360 graus, de onde vemos até as tranquilizadoras luzes do povoado de Ahmed Ela. Aqui, toda manhã despertamos contemplando a passagem das caravanas de camelos que os cristãos tigray conduzem para o salar, onde os afar – muçulmanos – cortam os blocos de sal que carregarão de volta até Berhale. Cada manhã é idêntica para eles há séculos. É sua fonte de riqueza. Um trabalho duríssimo, anacrônico, que realizam com ferramentas ancestrais sem o mínimo amparo do sol e do sal. Um despropósito que hoje só se justifica pela beleza e pela natureza épica. Vendo-os passar você tem a certeza de que o mineral não é a única coisa instável no Dallol. O passado dessa gente dura, elegante e orgulhosa dependeu de sua habilidade de extrair a riqueza desse sal que carregam, mas seu futuro está sujeito a sua capacidade de controlar a extração de outros sais, de outros metais que puseram este deserto na mira de grandes mineradoras.



    Além da beleza, que por si só justifica o estudo e a conservação desse museu mineral, o Dallol é importante por duas razões. A primeira é saber até que ponto esse inferno está deserto ou se, pelo contrário, foi colonizado por uma vida microbiana que a cada dia se revela mais universal. Buscar sinais dessa existência em condições extremas de acidez, salinidade e temperatura é a principal tarefa de Purificación López-García e de sua equipe de microbiólogos do Centro Nacional para a Pesquisa Científica (CNRS), da França, e da Universidade de Paris Sul. Determinar os limites físico-químicos da vida na Terra nos permitiria ampliar o tipo de ambientes onde se poderia procurar vida em outros planetas e nos ajudaria a conhecer melhor os primeiros estágios da vida na Terra, quando sua superfície deve ter sido menos hospitaleira que agora. Por outro lado, suspeita-se que nesses ambientes químicos extremos existam estruturas minerais autoorganizadas que podem ter desempenhado um papel crucial na Terra primitiva, quando a vida ainda não havia aparecido sobre um planeta que estava brincando de criar as moléculas orgânicas que a tornariam possível. Essa busca, dos lagos extremamente alcalinos nas terras dos massais do Quênia até estes lagos ultra-ácidos do território afar, é a tarefa de minha equipe de cristalógrafos e geólogos do Conselho Superior de Pesquisações Científicas (CSIC). Trabalhamos em conjunto, entre Paris e Granada, ao amparo dos projetos do European Research Council, com a esperança de que esta terra de Lucy, a australopiteco que iluminou a origem do homem, também revele segredos sobre a origem da vida.
    El País.com