Os eventos climáticos extremos têm sido lugar comum no mundo. Os britânicos, no ano passado, viveram uma combinação caótica de seca e inundações. Os chineses vivem o inverno mais rigoroso em 30 anos. No Brasil, passamos os primeiros dias de janeiro com uma onda extrema de calor e recorde de temperatura no Rio. Enquanto isso, no leste da Rússia, faz tanto frio que os semáforos da cidade de Yakutsk pararam de funcionar.
O levantamento, feito em reportagem publicada nesta semana no “New York Times”, inclui ainda os grandes incêndios florestais na Austrália, a grande enchente que afetou o Paquistão em setembro, sem falar no recorde de temperatura média que os EUA viveram no ano passado.
De acordo com Omar Baddour, chefe de gerenciamento de dados da Organização Meteorológica Mundial, em declaração no jornal americano, todos os anos há ocorrência de eventos extremos, mas é incomum que tenhamos tantos eventos ao redor do mundo de uma só vez. Baddour acrescentou ainda que estes são sinais de que a mudança climática não se expõem apenas no aumento de temperatura, mas também outras anomalias atmosféricas de qualquer espécie.
Mas, pelo menos no caso do Reino Unido, não se trata mais de anomalia, esclarece o jornal. As enchentes do ano passado precedido das inundações de 2009 e das cheias de 2007 já resultaram em mais de R$ 13 bilhões em despesas para as seguradoras. O serviço de meteorologia britânico classificou 2012 como o mais chuvoso da Inglaterra, desde os primeiros registros, há mais de 100 anos.
Na Austrália, desde a década de 1950 que todas as décadas seguintes foram mais quentes que as anteriores. Do outro lado do mundo, na Escandinávia, o inverno tem tido pouca neve. Enquanto isso, mais perto do Mediterrâneo, ao sul da Itália, ocorreram as piores tempestades de neve desde a Segunda Guerra Mundial.
Barry Lynn, do departamento de ciências da Terra da Universidade Hebraica, de Jerusalém, acredita que um fator desencadeador de eventos extremos foi a severa e prolongada onda de frio na parte alta da atmosfera, uma grande mudança a qual indica que o Oceano Atlântico não tem mais o efeito moderador no clima da Europa e do Oriente Médio como já teve historicamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário