A frequência e a volatilidade do El Niño, fenômeno climático que afeta as águas tropicais do Oceano Pacífico a cada período de cinco anos, não parecem ter vínculos com as mudanças climáticas, revelou um estudo publicado na revista "Science" desta quinta-feira (3) nos Estados Unidos.
O fenômeno El Niño ocorre a cada dois a sete anos, quando os ventos alísios que circulam nas águas superficiais do Pacífico tropical começam a enfraquecer.
Uma massa de água quente se forma no Pacífico ocidental e, eventualmente, dirige-se para o leste do oceano, causando uma grande mundança nas chuvas, provocando inundações e deslizamentos aos países da região, normalmente áridos. O El Niño é seguido de uma fase fria, a La Niña, que normalmente ocorre no ano seguinte.
No estudo, cientistas mediram o crescimento mensal de antigos fósseis de coral em duas ilhas tropicais do Pacífico para determinar o impacto, se houvesse, do aquecimento global neste fenômeno.
Mais intenso nos últimos anos
Reconstruindo temperaturas e o regime de precipitações ao longo dos milênios, a pesquisa comparou a frequência de intensidade do El Niño e descobriu que o fenômeno de fato se tornou mais intenso e frequente no século XX.
Reconstruindo temperaturas e o regime de precipitações ao longo dos milênios, a pesquisa comparou a frequência de intensidade do El Niño e descobriu que o fenômeno de fato se tornou mais intenso e frequente no século XX.
Mas embora o aumento tenha sido estatisticamente significativo e pudesse estar vinculado às mudanças climáticas, o longo registro histórico fornecido pelos fósseis coralinos permitiu aos cientistas determinar que o fenômeno El Niño Oscilação-Sul (ENOS) também teve grandes variações naturais nos últimos séculos.
Portanto, não está claro se as mudanças observadas nas últimas décadas estão ligadas às mudanças climáticas causadas por níveis crescentes de dióxido de carbono, afirmaram os cientistas.
O estudo foi patrocinado pela Fundação Nacional e Ciência e cientistas do Instituto Scripps de Oceanografia e da Universidade de Minnesota também participaram das pesquisas.
G1
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