quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Avança desequilíbrio radioativo da Terra

Fator determinante para o aquecimento global e a elevação do nível dos oceanos, o desequilíbrio radioativo da Terra aumentou 44% em seis anos. Ele é provocado em sua maior parte por emissões de gases de efeito estufa. A estimativa consta do rascunho do relatório que cientistas e delegados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas debatem nesta semana, em Estocolmo.
O documento do primeiro grupo de trabalho do IPCC em 2013 está em discussão na capital sueca e deve ser divulgado entre quarta-feira, 25, e sexta-feira, 27, após o debate ainda em curso entre delegados de 195 países e a comunidade científica. No texto, há destaque para um novo dado sobre a chamada "forçante radioativa", uma unidade de medida que ajuda a comparar as responsabilidades humana e natural pelo aquecimento global.
Segundo o IPCC, a forçante radioativa vem crescendo "mais rapidamente" desde 1970. "O total antropogênico (causado pelo homem) da forçante radioativa para 2011 é 44% maior em relação a 2005."
O rascunho ainda é genérico sobre o tema, mas mostra a responsabilidade humana. "Há alta convicção de que isso aqueceu o oceano, derreteu neve e gelo, elevou o nível global do mar", diz o relatório.
A sentença ainda pode evoluir até amanhã ou sexta-feira, quando o relatório final deve ser apresentado.
Para o físico Paulo Artaxo, doutor em Física Atmosférica, professor da USP e membro do IPCC, as informações sobre o desequilíbrio radioativo são o que há de mais importante no relatório até aqui. "A forçante radioativa do relatório de 2007 era 1,6 watts por metro quadrado. Agora é de 2,2 watts por m². Isso significa que o homem está alterando muito o balanço radioativo terrestre", explicou ao Estado.
Críticas. As estatísticas sobre o desequilíbrio radioativo são uma resposta importante da comunidade científica às críticas recentes sofridas pelo IPCC quanto à suposta "desaceleração" do aquecimento global. Os pesquisadores alegam que variações em intervalos curtos, como 15 anos, são normais e não mudam a tendência em longo prazo.
Nessa terça-feira, 24, delegados de Brasil e Alemanha, por exemplo, defenderam que o trecho sobre "desaceleração" seja retirado do texto. Cientistas debateram o relatório das 9 horas até as 22 horas.

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