As duas sondas Voyager são os objetos feitos pelo homem que mais se distanciaram da Terra. Isso ninguém questiona. Mas especialmente neste ano, muito se tem falado sobre uma suposta passagem histórica: dois estudos científicos defenderam a hipótese de que a Voyager 1 já estaria no espaço interestelar (fora do Sistema Solar).
Cerca de dois meses antes do primeiro artigo ser publicado, em maio, na revista Geophysical Research Letters, a Nasa havia divulgado uma nota desmentindo o fato. De acordo com a agência, a sonda teria entrado em dezembro do ano passado em uma região conhecida como “rodovia magnética”, onde as partículas energéticas passam por muitas mudanças. A área é muito vasta, mas marca, de fato, o término do Sistema Solar. No entanto, só seria possível declarar que a influência do Sol foi deixada para trás quando a direção do campo magnético fosse invertida. Este é o modelo adotado pelos cientistas da agência. Depois que isso ocorrer, será dada a certeza da transição, estimada para acontecer em algum momento nos próximos dois anos.
Mais recentemente, em agosto, outro estudo que saiu na Astrophysical Journal Letters sugeriu um modelo alternativo de interpretação dos dados, segundo o qual a sonda teria começado a detectar o campo magnético interestelar já em 27 de julho de 2012, o que indicaria a transição. De acordo com esta nova interpretação, a direção do campo magnético interestelar não seria oposta a do Sistema Solar, mas sim a mesma. A resposta da Nasa oficializou a incerteza sobre o caso, afirmando que a Voyager 1 está em uma região inexplorada do espaço, e que os cientistas ainda discutirão nos próximos meses a questão do campo magnético.
Galileu.com
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