No próximo domingo, 3 de novembro, rola um eclipse solar parcial, visível em parte considerável do território nacional, nas regiões Norte e Nordeste. “As melhores condições são no litoral norte, do Amapá até o Rio Grande do Norte. Nessas regiões, até 30% da superfície do Sol será coberta pela Lua”, afirma Gustavo Rojas, astrônomo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A imagem abaixo vale mais do que mil palavras a esse respeito.
Como se pode ver, o horário de observação (calibrado por Brasília, que segue o horário de verão) varia dependendo da sua posição no mapa, assim como o grau de acobertamento do Sol pela Lua.
Um eclipse solar acontece quando a Lua e o Sol se alinham no céu, de forma que a primeira bloqueia a luz da segunda. Eles existem em três tipos básicos: parciais (a Lua recobre só uma parte do disco solar), totais (a Lua se sobrepõe completamente ao disco solar) e anulares (a Lua está afastada a ponto de seu disco não aparecer grande o suficiente para tampar completamente o Sol, deixando um anel ainda visível).
O de domingo é de um tipo mais raro ainda: é um eclipse híbrido. De alguns pontos da Terra, será possível ver o Sol ser coberto pela Lua totalmente, em outros a visualização será a anular. Para que se tenha uma ideia da raridade, os eclipses híbridos representam apenas 4,8% do total de eclipses solares.
Para os tupiniquins, contudo, o eclipse será apenas parcial mesmo.
COMO OBSERVAR
“Como em toda observação solar, não se deve olhar diretamente para o Sol”, afirma Rojas. “O método mais seguro é fazer uma projeção com uma luneta ou binóculo.”
MUITA ATENÇÃO AQUI: nunca olhe diretamente pela luneta ou pelo binóculo para o Sol. Cega mesmo. Não é brincadeira. Aponte o instrumento para o Sol sem olhar diretamente e projete a imagem num anteparo de papel.
Rojas não recomenda outras soluções caseiras. “Filtros improvisados com radiografias, filmes fotográficos, disquetes (alguém ainda sabe o que é isso?) ou outras ‘gambiarras’ devem ser evitados”, diz.
As recomendações exageradas dos profissionais às vezes fazem parecer que é mais perigoso olhar para o Sol durante um eclipse do que todos os dias. Não é. É a mesma coisa. O lance é que, sem eclipse, o desconforto é bem maior e naturalmente evitamos olhar fixamente. Com eclipse, tem menos luz, e você pode se sentir mais tentado a ficar observando. Resista à tentação.
Ou use um anteparo ou dê rápidas olhadelas com um filtro escuro. Depois desse, o próximo visível no Brasil vai acontecer só em 2017.
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