Quem diria que se esquecer de regar as plantas poderia trazer contribuição significativa para a erradicação da fome mundial? A descoberta foi feita pelo professor de biologia Shimon Gepstein, da Technion University. Mas alto lá: não tente fazer isso com as plantas normais da sua casa, você só vai matá-las.
Por algumas semanas, o cientista israelense se esqueceu de regar suas plantas geneticamente modificadas ou transgênicas. Quando se lembrou da tarefa, para sua surpresa, elas ainda estavam vivas. Intrigado, o pesquisador fez testes e descobriu que as “superplantas” – como foram apelidadas – poderiam sobreviver por até um mês sem água.
De acordo com o cientista, mesmo que sejam regadas, elas precisam de apenas 30% da quantidade de água demandada pelas plantas normais. Ainda segundo ele, após serem cortados, os vegetais e frutas duram o dobro do tempo – e, às vezes, três vezes mais – caso sejam dessas plantas geneticamente modificadas. “Posso afirmar que as nossas não são perigosas para a saúde humana, porque as alteramos utilizando seus próprios componentes, nada foi adicionado a elas”, defendeu Gepstein no site da universidade.
Além de precisar de menos água para o crescimento, as plantas sustentam a produção de citocinina – hormônio responsável pelas divisões celulares dos vegetais –, que previne o envelhecimento e facilita a fotossíntese contínua. “Levei para casa uma alface modificada e ela levou 21 dias até começar a ficar marrom, enquanto que alfaces normais ficam ruins em cinco ou seis dias”, contou o pesquisador.
Como as superplantas vivem mais, facilitam colheitas maiores. Dessa forma, podem ser uma boa opção para zonas áridas que sofrem com a escassez de água e com a falta de alimentos por causa da seca, considerada pelo Programa Alimentar Mundial a principal razão pela falta de comida no mundo. “Em muitos países, as mudanças climáticas estão amplificando condições naturais já adversas por natureza”, disse.
Essa solução fortuita pode vir bem a calhar no cenário previsto pela primeira parte do 5º Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas, divulgado em setembro deste ano pelo IPCC – Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas. Um dos principais pontos do documento assinalou que o contraste da precipitação entre as regiões úmidas e secas e entre as estações chuvosa e seca vai aumentar.
Superinteressante.com
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