quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um cometa rumo ao Sol

 
O cometa Ison tem bilhões de anos e deve passar pelo Sol no dia 28. Cientistas do mundo todo estão curiosos para saber se permanecerá intacto ou não.
Os astrofísicos americanos estão divididos sobre o que acontecerá quando o cometa ISON passar perto do Sol nesta quinta-feira, embora a maioria aposte em que ele vai se desintegrar.
Os cometas são bolas congeladas de poeira espacial, vestígio da formação de estrelas e planetas há bilhões de anos.
Por isso, quando se aproximam demais de uma estrela quente, como o Sol, com frequência seu núcleo congelado derrete.
"Muitos de nós pensamos que poderia se partir em mil pedaços e alguns acreditam que sequer sobreviva", depois que passar quase raspando pelo Sol, declarou o especialista em cometas Carey Lisse, do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, durante uma coletiva por telefone.
Ele acrescentou, no entanto, que há outros que pensam que a massa congelada "de fato sobreviverá e ressurgirá" do outro lado do sol, embora um tanto diminuído pelo calor solar.
O ISON passará a apenas 1,17 milhão de quilômetros do Sol, quando será submetido a temperaturas de 2.700 graus Celsius.
"Penso que talvez tenha 30% de chances de consegui-lo", afirmou Lisse.
O cometa é "como uma bola de neve perdida", explicou, e "talvez a metade ou a terça parte seja água, razão pela qual é bastante frágil". Também é menor do que a maioria dos cometas, com 1,2 km de diâmetro.
"O tamanho médio de um cometa é de uns três quilômetros de diâmetro, razão pela qual o cometa provavelmente tem a metade do tamanho do cometa médio típico", acrescentou.
O que quer que aconteça, os astrônomos observarão com entusiasmo.
"Nunca vimos um cometa como este procedente da nuvem de Oort indo para a zona da órbita do sol", disse o astrofísico Karl Battams, do Laboratório de Pesquisa Naval em Washington.
"Realmente não temos experiências anteriores às quais possamos nos remeter para avaliar ou prever o que vai acontecer", afirmou Battams, destacando que o ISON "é um objeto muito peculiar e fascinante".
Os cientistas dizem que o cometa tem a mesma origem do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos, e se preservou "em profundo congelamento na nuvem de Oort na metade do caminho até a próxima estrela pelos últimos 4,5 bilhões de anos, explicou Lisse.
Se o ISON sobreviver à sua passagem perto do sol, será visível à noite de dezembro até fevereiro, passando mais perto da Terra (a 64 milhões de quilômetros) em 26 de dezembro.
A agência espacial americana (Nasa) está reunindo uma mesa redonda de astrônomos desde as 14h00 de quinta-feira, horário de Brasília, para responder a perguntas do público e da comunidade científica, enquanto acompanham a passagem do cometa perto do sol.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário