Alguns céticos da ciência do clima afirmam que as temperaturas atmosféricas globais têm permanecido estáveis, ou mesmo declinaram ligeiramente na última década. Eles defendem que isto é um sinal de que o aquecimento global ou parou, ou desacelerou ou não é causado por atividades humanas.
Então, onde foi parar todo o calor que supostamente estamos produzindo?
Cientistas do clima dizem que ele foi para o oceano, que nos últimos 60 anos agiu como um tampão contra o aquecimento. No entanto, um novo estudo de Yair Rosenthal, da Universidade Rutgers, mostra que os oceanos hoje absorvem calor 15 vezes mais rápido que há 10 mil anos.
Embora o aumento da absorção de calor pelo oceano possa dar a cientistas e elaboradores de políticas mais tempo para lidar com a questão da mudança do clima, Rosenthal afirma que o problema é real e tem de ser considerado.
“Nós podemos ter subestimado a eficiência dos oceanos como um armazém de calor e energia“, afirma ele. “Pode nos dar mais tempo, mas quanto eu realmente não sei. Isto, porém, não vai parar o aquecimento global”.
O estudo paleoclimático – feito a partir de sedimentos de foraminíferos (organismos unicelulares) no Indo-Pacífico, na costa da Indonésia, com a mensuração das proporções de cálcio e magnésio em suas conchas – foi publicado na Science.
“Em nosso experimento, estamos colocando todo este calor no oceano sem saber ao certo como ele vai voltar e nos afetar”, disse o coautor do estudo Braddock Linsley, da Universidade Columbia. “Não é tanto a magnitude da mudança, mas sua taxa que importa”.
Michael Mann, diretor do Centro de Ciência do Sistema da Terra da Universidade Estadual da Pensilvânia, e celebrado autor de O Taco de Hóquei e as Guerras do Clima, fez algumas observações críticas sobre o estudo, que considera conter distorções, em artigo no Huffington Post. Ele escreveu: “… precisamos manter um saudável ceticismo sobre amplas conclusões a respeito do clima global tiradas de uma região específica como o Indo-Pacífico tropical… É perigoso fazer inferências em aquecimento em escala global a partir desta região”.
National Geographic
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