quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Oceano absorve calor 15 vezes mais rápido que há 10 mil anos

Alguns céticos da ciência do clima afirmam que as temperaturas atmosféricas globais têm permanecido estáveis, ou mesmo declinaram ligeiramente na última década. Eles defendem que isto é um sinal de que o aquecimento global ou parou, ou desacelerou ou não é causado por atividades humanas.
Então, onde foi parar todo o calor que supostamente estamos produzindo?
Cientistas do clima dizem que ele foi para o oceano, que nos últimos 60 anos agiu como um tampão contra o aquecimento. No entanto, um novo estudo de Yair Rosenthal, da Universidade Rutgers, mostra que os oceanos hoje absorvem calor 15 vezes mais rápido que há 10 mil anos.
Embora o aumento da absorção de calor pelo oceano possa dar a cientistas e elaboradores de políticas mais tempo para lidar com a questão da mudança do clima, Rosenthal afirma que o problema é real e tem de ser considerado.
“Nós podemos ter subestimado a eficiência dos oceanos como um armazém de calor e energia“, afirma ele. “Pode nos dar mais tempo, mas quanto eu realmente não sei. Isto, porém, não vai parar o aquecimento global”.
O estudo paleoclimático – feito a partir de sedimentos de foraminíferos (organismos unicelulares) no Indo-Pacífico, na costa da Indonésia, com a mensuração das proporções de cálcio e magnésio em suas conchas – foi publicado na Science.
“Em nosso experimento, estamos colocando todo este calor no oceano sem saber ao certo como ele vai voltar e nos afetar”, disse o coautor do estudo Braddock Linsley, da Universidade Columbia. “Não é tanto a magnitude da mudança, mas sua taxa que importa”.
Michael Mann, diretor do Centro de Ciência do Sistema da Terra da Universidade Estadual da Pensilvânia, e celebrado autor de O Taco de Hóquei e as Guerras do Clima, fez algumas observações críticas sobre o estudo, que considera conter distorções, em artigo no Huffington Post. Ele escreveu: “… precisamos manter um saudável ceticismo sobre amplas conclusões a respeito do clima global tiradas de uma região específica como o Indo-Pacífico tropical… É perigoso fazer inferências em aquecimento em escala global a partir desta região”.
National Geographic

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