A Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) lança em novembro uma nova missão para Marte que irá captar dados para entender como o planeta Vermelho perdeu sua forte atmosfera. Chamada de Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution, em inglês), ela deve chegar a seu destino em setembro de 2014. Os astrônomos acreditam que há 4 bilhões de anos Marte tinha abundância de água no formato líquido, um dos principais ingredientes para a formação de vida.
Na época, o planeta teria uma forte atmosfera, que faria pressão e manteria as temperaturas mais amenas, condições para a existência de água líquida. Ao longo dos anos, Marte foi perdendo sua atmosfera até se transformar no deserto seco e gelado que vemos hoje nas imagens dos robôs -- e sem sinal devida, pelo menos em sua superfície. É isto o que mostra um vídeo lançado pela agência nesta quarta-feira (13).
Há evidência de fluxo de líquido em Marte hoje, que talvez seja uma solução salobra com a redução da temperatura de congelamento, ou pode ser gelo que sublimaria diretamente em vapor, sem ficar em uma fase líquida, afirma Joseph Grebowsky, engenheiro do Centro de Voo Espacial Goddard.
O vídeo produzido artisticamente pelo Centro mostra como a superfície de Marte poderia ter sido em seus tempos mais antigos, com rios correndo para lagos marcianos. Ele é baseado em evidências de que Marte já foi muito diferente.
Características da superfície e a composições de minerais sugerem que Marte teve uma atmosfera mais densa e com água líquida em sua superfície, de acordo com Grebowsky .
"Existem canais estruturados característicos que, assim como na Terra, são consistentes com a erosão superficial por fluxos de água. Os interiores de alguns impactos têm bacias sugerindo lagoas, com muitos canais mostrando conexões compatíveis com os fluxos de água para dentro e fora da cratera, há 3,7 bilhões de anos. Algumas camadas sedimentares nas paredes do vale têm minerais que só podem ser produzidos na presença de água no estado líquido como hematite e argilas", disse Grebowsky.
E para existir água líquida na superfície de Marte no passado, a atmosfera tinha que ter um clima diferente, mais quente e a uma pressão próxima ou superior à pressão atmosférica terrestre.
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