1. O aquecimento global parou? Por que a Terra parou de esquentar?
As mudanças climáticas continuam acontecendo. As médias de temperatura anuais da atmosfera se estabilizaram nos últimos 10 a 13 anos. Isso tem a ver com um ciclo de aquecimento e estabilidade no planeta. O excesso de calor nos últimos anos foi absorvido pelos oceanos. Quando o ciclo terminar, segundo os cientistas, a temperatura da atmosfera volta a subir.
2. Se a Terra está esquentando, por que então Antártica não está derretendo?
Segundo pesquisas recentes, a Antártica demora mais a reagir a mudanças globais na temperatura. Foi assim na saída da última era glacial.
3. Esse fenômeno de aquecimento não é natural? A Terra não passa por eras glaciais e períodos mais quentes mesmo?
A alternância entre as eras glaciais e os períodos mais quentes é provocada por oscilações na órbita da Terra. São chamados Ciclos Milankovitch. Essas variações ocorrem em intervalos de aproximadamente 100 mil anos. Segundo os cientistas, o aquecimento atual, da ordem de décadas, é muito rápido para ser explicado pela variação orbital.
4. O planeta já não passou por períodos mais quentes? Durante a era medieval, não houve um momento em que fez mais calor do que agora? E quando a Groenlândia era verde?
A Terra já passou por períodos quentes. Mas o período medieval, quando a Groenlândia era mais vender, foi mais concentrado no Atlântico Norte e na Europa. O resto do mundo estava mais frio do que hoje. No alvorecer da civilização, o planeta passou por um período mais quente há cerca de 11 mil anos, mas o aquecimento atual é mais rápido e acentuado.
5. O clima da Terra muda sempre. As espécies conseguem se adaptar a isso. Mesmo a Humanidade já se adaptou a transformações no clima. Por que temer agora?
As mudanças atuais, provocadas por nossas emissões de gases na atmosfera, são 10 vezes mais rápido do que o ritmo do aquecimento natural pós-eras glaciais. É muito acelerado para algumas espécies ou mesmo ecossistemas como florestas consigam se adaptar. No último período glacial, entre 50 mil e 14 mil anos atrás, as espécies conseguiram se deslocar no máximo 500 metros por ano. Agora o aquecimento será tão brusco que as plantas teriam de migrar mais rápido que isso
6. Quem garante que o aquecimento é provocado pelas atividades humanas. Isso não tem a ver com os ciclos de atividade solar?
Para os cientistas, a produção de calor do Sol deve diminuir até 2100. Mas isso provocaria uma redução de apenas 0,08 grau centígrado na temperatura média da Terra. Pouco diante do aumento de 2,5 a 7 graus previstos pelos cientistas que avaliam as mudanças climáticas.
7. Vários cientistas questionam o alarmismo das mudanças climáticas. Se não há consenso entre os pesquisadores, por que devemos nos preocupar?
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8. O painel de cientistas da ONU, o IPCC, principal órgão científico que fala do aquecimento global, está desacreditado depois que publicou uma série de previsões erradas. Como acreditar nos cientistas?
Dos 3 mil a 4 mil dados levantados pelos pesquisadores no último IPCC de 2007, só um deles foi questionado. E nem foi para o relatório final. O próximo relatório, esperado para o fim de março, deve ter um grau de segurança ainda maior.
9. Por que devemos nos preocupar com mudanças climáticas que vão acontecer no futuro distante?
As mudanças climáticas já estão acontecendo. E já estamos vivendo alguns de seus primeiros impactos. Pesquisadores avaliam que as ondas de eventos extremos estão ligadas às transformações do clima. Um estudo feito pela seguradora Munich Re mostra os continentes mais atingidos por catástrofes climáticas. Grandes tragédias como as chuvas que desabrigam e matam no Brasil estão ligadas às mudanças do clima.
10. Tudo bem. As mudanças climáticas podem ser um problema sério. Mas evitá-las teria um custo impagável para a sociedade?
Várias empresas já perceberam que a transição para uma economia que faça bem ao clima da Terra pode ser bom negócio. Desde 2008, algumas delas venceram o Prêmio Época Empresa Verde. A edição de 2013 contribui para a lista de bons exemplos. Propostas como a do FMI para taxar a emissão de carbono podem ajudar a impulsionar uma economia mais ecológica.
Época.com
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