quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O albedo está diminuindo e isto não é nada bom

Imagem de satélite do gelo do Ártico (2010)

A quantidade de luz solar que está sendo absorvida ou refletida pela Terra é uma das forças motrizes para o tempo e o clima. Esse poder de reflexão de uma superfície é conhecido como “albedo”. Quanto menor o albedo, mais energia a partir do Sol é absorvida. É exatamente isso o que está acontecendo no Ártico.
Um novo estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academies of Science (PNAS) indica que o degelo tem reduzido o fator de refletividade da região polar, levando a uma maior absorção de energia.
Se a quantidade de energia absorvida muda, isso tem um efeito sobre o balanço de energia da Terra e, finalmente, afeta o nosso tempo e o clima, reforçando os fenômenos das mudanças climáticas.
Neve brilhante e camadas brancas de gelo têm um alto albedo, ou seja, elas refletem com eficiência a radiação solar de volta para o  espaço, enquanto que as áreas verdes, como florestas e campos têm um albedo muito menor, assim como a profundeza escura dos oceanos.
Tempo de escuridão no Ártico
Através de informações fornecidas por satélites, os pesquisadores do Scripps Institution of Oceanography descobriram que a região está mais escura, atualmente, do que no final dos anos 1970.
Naquela época, o Ártico refletia 52 por cento dos raios que incidiam sobre sua superfície e absorvia os outros 48 por cento.
De lá pra cá, a temperatura subiu 2 graus Celsius na região, que perdeu 40 por cento de sua extensão mínima de cobertura de gelo marinha no período do verão.
O resultado? Em 2011, segundo a pesquisa, os números de refletividade haviam invertido — 48 por cento da luz solar estava sendo refletida e 52 por cento estava sendo absorvida.
A queda do albedo é, reconhecidamente, uma consequência das mudanças climáticas. Um efeito que retroalimenta o problema, a medida que acelera o ritmo das mudanças.
Segundo os cálculos dos cientistas, a quantidade de energia extra que a Terra acumulou devido ao declínio da albedo do Ártico é equivalente a cerca de um quarto da quantidade de energia que ficou presa aqui, durante o mesmo período, por conta do aumento nos níveis de dióxido de carbono na atmosfera.
 Invasão de vegetação
Um outro estudo liderado pela Nasa, em 2013, indica que as áreas florestais poderão aumentar 50% na região do Ártico, em decorrência do aumento médio da temperatura global até 2050.
Os efeitos para o meio ambiente e o clima não são animadores. Segundo os cientistas, a redução da área coberta por neve por causa da expansão das zonas verdes poderá reduzir refletividade da superfície terrestre na região, aumentando assim a radiação absorvida.
Exame.com

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