Há o temor de que a cidade já não será a mesma quando o século XXI terminar. E que Miami será uma ruína submersa no Atlântico como consequência da gradual elevação das marés e de um século que começa com a proliferação de milionárias construções com precário planejamento ambiental, a menos de um metro acima do nível do mar. Diante das inundações que a cidade e meia dúzia de condados do sul do Estado da Flórida sofrem atualmente, essa imagem do futuro ganha cada vez mais sentido.
Miami e outras cidades próximas já costumam ficar alagadas, não só na passagem de tempestades, mas nas noites de lua cheia, quando as marés sobem. Na costa leste do sul do Estado, algumas praias e ilhas-barreira começaram a desaparecer e a água salgada começou a vazar pela rede de canais do pântano de Everglades, sobre o qual está assentada grande parte dos novos empreendimentos imobiliários da região. As autoridades locais temem que a elevação do nível do mar possa causar, em um futuro não muito distante, inundações em dois sentidos – a partir da costa e a partir do interior do pântano– e que a água salgada possa chegar a saturar as terras agrícolas e contaminar as reservas subterrâneas de água doce.
No entanto, somente quatro condados do sudeste começaram a preparar um plano para reduzir em 80% as emissões contaminadas que aceleram as mudanças climáticas e para proteger suas comunidades da eventual elevação do nível do mar. O condado de Broward, por exemplo, já está restringindo as construções em zonas de risco que estejam debaixo do meio metro da elevação sobre o nível do mar, e outros condados, como Sweetwater, planejam investir na instalação de bombas para escoar a água na direção ao oceano. Em Miami Beach, uma das áreas de maior risco e que costuma inundar até durante dias de sol, a prefeitura planeja investir 400 milhões de dólares (889 milhões de dólares) em mais de 40 estações de bombeamento e outras melhorias urbanísticas para manter as ruas secas e a salvo.
ElPaís.com
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