terça-feira, 6 de maio de 2014

Um aliado para a moça do tempo americana

A Administração de Obama demonstrou nos últimos anos que está disposta a provar todas as estratégias de comunicação possíveis para informar os cidadãos. Se o presidente deu antes lições nas redes sociais durante as duas últimas campanhas eleitorais e domina os fóruns de discussões e as conversas na Internet, as mudanças climáticas fizeram com que ele se sentasse, nesta terça-feira, com vários entrevistadores que não costumam ter uma ocasião para fazer perguntas ao presidente dos EUA: Os meteorologistas.
“Se não atuarmos a tempo, não só seguiremos sofrendo os efeitos da mudança climática, como a situação também ficará cada vez mais perigosa", advertiu Obama durante sua entrevista às moças do tempo na NBC local de Nova York. O presidente também concedeu entrevistas, gravadas na terça-feira pela tarde no Rose Garden da Casa Branca, a meteorologistas de canais da televisão de Chicago, Miami, San Francisco e Seattle. Obama reiterou que o relatório apresentado nesta terça-feira demonstra que a mudança climática “não é unicamente um problema do futuro” e que as suas consequências “já estão afetando a população norte-americana”. A Casa Branca confia assim em conscientizar os cidadãos de que a necessidade de tomar medidas para reduzir a poluição é mais urgente do que nunca.
Segundo um relatório do Centro Pew de Investigação, quase 9 em cada 10 norte-americanos confiam nas redes locais de televisão para consultar a informação sobre o tempo. No entanto, isso não significa que os meteorologistas possam ser convertidos nos principais aliados de Obama para conscientizar os cidadãos sobre os efeitos da mudança climática e sua relação com a ação humana. Um estudo publicado em 2010 pela Universidade George Mason demonstrou que apenas 19% dos meteorologistas da televisão acham que o homem é o principal responsável pela mudança climática.
As entrevistas ocorreram como parte de vários eventos, discursos e conferências que diferentes membros da Administração vão liderar em todo o país para conscientizar os cidadãos de que os efeitos das inundações, a seca, os furacões ou os incêndios estão relacionados à poluição causada pelo homem.
"Sabemos que é um momento difícil no âmbito político e por isso o presidente está decidido a trabalhar com o setor privado para melhorar a efetividade da nossa resposta”, reconheceu nesta terça-feira um de seus assessores, John Podesta. “Esperamos que este relatório contribua para mudar a mentalidade de hoje em adiante”. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, acrescentou que o relatório “não tem a intenção de assustar ninguém”, apesar da gravidade de suas informações.
Para conseguir tal feito, as entrevistas de Obama serão respaldadas pela difusão dos dados do relatório (1.300 páginas com depoimentos de 300 especialistas) em uma página dedicada exclusivamente aos efeitos da mudança climática, bem como um breve vídeo em que John Holdren, assessor do presidente em Ciência e Tecnologia e um dos supervisores do relatório, explica as suas conclusões aos cidadãos, as previsões para o futuro e como podem se preparar para prevenir seus danos.
ElPaís.com

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