domingo, 18 de maio de 2014

Variações na tonalidade da luz do Sol



Você pode sair à luz do Sol num desses dias de outono e se encantar com uma tonalidade ligeiramente mais dourada, menos intensa, por exemplo, que a luz branca e intensa do verão.
Por que essa variação na tonalidade da luz do Sol?
A razão disso está na inclinação do eixo de rotação da Terra de aproximadamente 23,5°, responsável pelas estações do ano.
No verão de cada hemisfério o Sol está mais a pino e a camada de atmosfera que sua luz atravessa é menos espessa, o que faz com que sofra menos interferência.
A partir do outono, no entanto, até o fim do inverno a situação é inversa e a incidência da luz solar é mais oblíqua para cada um dos hemisférios. Assim, a tendência é que o comprimento mais longo da luz, o vermelho, penetre a atmosfera com mais facilidade, ao contrário do que ocorre com o azul, mais curto, que acaba rebatido num jogo de espelhos formado pelos átomos dos gases atmosféricos.
Os físicos chamam esse processo de “espalhamento da luz”.
Essa situação fica evidente ao amanhecer e ao entardecer, ao longo do ano, quando o Sol, baixo na linha do horizonte, se mostra como uma enorme moeda incandescente, subindo à medida que o dia avança, por efeito da rotação da Terra, ou mergulhando abaixo dessa linha para a formação da noite, pelo mesmo efeito de giro do planeta.
Formação da Lua
Qual a razão da inclinação do eixo de rotação da Terra?
Essa é uma das questões aparentemente simples, mas que ainda não tem uma resposta clara. Pode ser que tenha resultado do impacto de um corpo com a jovem Terra, quando mesmo o Sistema Solar era muito jovem, e que deu origem à Lua.
O fato é que as estações do ano moldaram as características da vida na Terra.
Ursos, por exemplo, hibernam durante o inverno em seus hábitats naturais. Plantas florescem e dão seus frutos de acordo com a estação do ano. Hábitos e comportamentos humanos, como vestuário e alimentação também mudam ao longo do ano.
O eixo de rotação da Terra certamente influenciou mesmo a distribuição da população humana pela superfície do planeta, a partir da África, tida como o berço da humanidade.
Como isso aconteceu?
Bem, caçadores primitivos sem dúvida se deslocaram nas pegadas de manadas que mudavam periodicamente, ao longo das estações, buscando pastagens mais abundantes e generosas. Isso abriu espaços novos, estimulou ocupações diversas e acenou com cenários novos abaixo da linha do horizonte.
Nem sempre foi assim
Tudo isso pode fazer pensar que as coisas de certa forma sempre foram assim, ou seja, que a Terra sempre existiu e o Sol brilhou como hoje, mas isso não é real. 
Na verdade, o Sistema Solar se formou num dos braços da Galáxia, a Via Láctea, a cidade cósmica em que vivemos, há aproximadamente 5 bilhões de anos, quando a própria Galáxia era mais jovem, embora já tivesse idade de bilhões de anos.
O Sistema Solar formou-se de uma nuvem gigantesca, remanescente de uma estrela primordial que gerou uma ninhada de estrelas, as irmãs do Sol, agora dispersadas pelo vasto corpo da Galáxia.
Mas houve um tempo ainda anterior, quando a própria Galáxia não existia e antes disso o Universo foi tomada por uma grande escuridão, a chamada Idade das Trevas, que teria durado algo como 1 bilhão de anos.
A luz nem sempre atravessou o céu da Terra como agora. Nem sempre a Terra existiu. A Galáxia também se formou numa etapa de evolução do Universo. E o próprio Universo emergiu com a manifestação de um ponto conhecido como singularidade, um enigmático e surpreendente ovo cósmico.
Scientific American.com

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