Análise de ambientalistas mostra que crescimento de vegetação após desmatamento NÃO recupera número de espécies.
Uma análise abrangente de 138 estudos publicada no periódico Nature nesta quarta-feira indica que as chamadas florestas primárias - aquelas que não sofreram corte raso ou outras grandes alterações - são insubstituíveis no que se refere à manutenção da biodiversidade. O objetivo da análise global foi medir os efeitos variados de uso da terra e da degradação florestal sobre a biodiversidade em florestas tropicais.
Segundo pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura, a biodiversidade das florestas tropicais é muito afetada pela degradação da natureza. E, ao contrário do que se imaginava até agora, as florestas secundárias, como é chamada a vegetação que nasce após corte de árvores ou o desmatamento, não são substitutas à altura das florestas primárias. Ou seja, florestas degradadas e secundárias não oferecem a mesma biodiversidade ao ambiente.
É arriscado, dizer, que florestas secundárias podem sustentar níveis altos de biodiversidade, porque isso pode levar as pessoas a tolerarem a perda das florestas tropicais primárias, se elas acharem que as secundárias são um substituto para as florestas primárias, dizem os cientistas.
Segundo o estudo, o Brasil tem a maior área remanescente de florestas tropicais primárias e também os mais altos níveis de biodiversidade de qualquer país do planeta. Por isso, a orientação dada pelo estudo de que o melhor a fazer é preservar as florestas primárias que ainda existem é ainda mais pertinente em se tratando de Brasil.
Porém, as florestas secundárias podem funcionar como habitat adequado para a dispersão de espécies características de florestas mais antigas, por exemplo, além de ter valor, ainda que menor, para o ciclo de carbono.
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