A jornalista Suzane Goldenberg, do jornal americano "The Guardian", está acompanhando uma jornada de 18 dias pelo Himalaia, ao lado de especialistas do Mountain Institute - organização americana que atua na preservação de montanhas.
A ideia da expedição é ver de perto os impactos das mudanças climáticas na paisagem da região. Segundo a jornalista , fora o polo norte, provavelmente não existe um lugar melhor para ver como o clima afeta o planeta.
As montanhas do Himalaia têm mais de cem picos acima dos 7 mil metros de altura e são o maior repositório de gelo depois dos polos. A diferença para o Ártico é que lá existem centenas de milhões de pessoas que dependem do ambiente como ele é hoje. O Mountain Institute pretende aperfeiçoar os dados dos impactos das mudanças climáticas na região e buscar soluções.
Os cientistas do Institute mostram uma das grandes injustiças das mudanças climáticas: os países menos responsáveis pelo problema são também os que mais sofrem.
O Nepal figura frequentemente entre as nações mais pobres do mundo. Mesmo na região do Everest, que tem fama de ser relativamente melhor por causa de receitas do turismo, o padrão de vida é baixo.
No caso do Nepal, o isolamento total do Himalaia torna ainda mais difícil monitorar a perda de geleiras ou criar estratégias para proteger as futuras gerações dos piores efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com a experiência de Teiji Watanabe, um especialista em lagos glaciais, presente à expedição e que pesquisou em Imja Lake (lugar onde foi focada a pesquisa), um lago que não existia meio século atrás, é hoje o que mais cresce no Nepal.
Apesar de parecer estável no momento, a população do local e as autoridades estão preocupados que um dia o lago possa transbordar, engolir vilas e destruir toda a região, causado pelo derretimento das geleiras que se considerava "eternas".
Foi constatado em toda a região, que as geleiras e os lagos congelados já começam a mostrar a marca do aquecimento global.
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