terça-feira, 22 de maio de 2012

Aprendendo a esquecer

Depois de formadas, as lembranças do trauma talvez pareçam indeléveis. Agora, no entanto, cientistas acreditam que elas são mais parecidas com arquivos em um disco rígido que podem ser alterados, substituídos ou até mesmo apagados. Livrar o cérebro de lembranças negativas induzidas por acontecimentos traumáticos da vida exige ajustar neurônios individuais, cada um conectado a milhares de outros.



Atualmente neurocientistas estudam medidas bioquímicas e comportamentais para ajudar o esquecimento. Essa linha de pesquisa começa com o básico da formação de memórias. Uma memória surge quando uma série de neurônios dispara em conjunto e de forma semelhante, num processo chamado consolidação. Primeiro um neurônio dispara em resposta a um som, uma percepção visual ou outro impulso, desencadeando outro e, em seguida, outras células vizinhas.


Apague: O bloqueio de uma lembrança ocorre com o desvinculamento de neurônios interconectados, envolvendo a inativação de uma proteína denominada PKMzeta, que age como um tipo de conservante químico – assegurando que as conexões entre as células do cérebro da rede permaneçam intactas. Um composto conhecido como ZIP serve como um removedor de acabamento que desvincula essas ligações neurais e, ao mesmo tempo, suprime a memória. Cientistas ainda precisam encontrar um meio de focar lembranças específicas.



Umedeça: Em vez de limpar a lousa, outros pesquisadores investigam formas de enfraquecer as conexões entre os neurônios em partes do cérebro que registram ou fazem lembrar um evento terrível. Tentaram fazê-lo pela administração de uma droga, como o betabloqueador propanolol, diante de um medo antecipado ou então durante a lembrança de um incidente posterior para permitir que o medicamento amorteça a lembrança dolorosa.


Substitua: Uma remodelação de memória é outra opção. Acontece que quando uma memória é relembrada mais tarde, ela pode ser manipulada por meio de intervenção comportamental e talvez um dia com uma droga, de forma que um incidente passado seja trazido à mente em ambiente seguro e, depois, “reconsolidado” sob uma condição emocional diferente.

Scientific American

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