O Sol tem um irmão gêmeo. Uma equipe internacional de cientistas, liderada pelo astrônomo peruano Jorge Meléndez, professor do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (IAG-USP), terminou a mais detalhada análise da estrela mais parecida com o Sol de que se tem conhecimento. Localizada a 200 anos-luz, o astro, catalogado como HIP 56948, é tão parecido que, caso fosse colocado no centro do Sistema Solar, os terráqueos não notariam a diferença. A pesquisa será publicada nas próximas semanas no periódico Astronomy & Astrophysics.
A HIP 56948 foi caracterizada por um satélite chamado Hipparcos (daí HIP 56948). A sonda foi lançada em 1989 pela agência espacial europeia e ficou funcionando até 1993. Nesse período, catalogou 100.000 estrelas, das quais cerca de 100 são muito parecidas com o Sol.
Os astrônomos já conhecem a HIP 56948 desde 2007. Nessa época, ela já era considerada uma grande candidata a gêmea solar, mais do que uma estrela chamada 18 Scorpius, que ocupava o posto de 'estrela mais parecida com o Sol' desde 1997. Os cientistas não sabiam, contudo, quão parecida era HIP 56948. Usando o telescópio Keck, no Havaí, um dos maiores do mundo, eles agora têm certeza.
De acordo com Meléndez, a HIP 56948 é apenas 17 graus mais quente que o Sol. "Se considerarmos a margem de erro, que é de sete graus, é possível que os dois astros tenham a mesma temperatura", diz o cientista, em entrevista ao site de VEJA. O mesmo vale para a massa. "A diferença entre os astros é de apenas 2%."
Os astrônomos já conhecem a HIP 56948 desde 2007. Nessa época, ela já era considerada uma grande candidata a gêmea solar, mais do que uma estrela chamada 18 Scorpius, que ocupava o posto de 'estrela mais parecida com o Sol' desde 1997. Os cientistas não sabiam, contudo, quão parecida era HIP 56948. Usando o telescópio Keck, no Havaí, um dos maiores do mundo, eles agora têm certeza.
De acordo com Meléndez, a HIP 56948 é apenas 17 graus mais quente que o Sol. "Se considerarmos a margem de erro, que é de sete graus, é possível que os dois astros tenham a mesma temperatura", diz o cientista, em entrevista ao site de VEJA. O mesmo vale para a massa. "A diferença entre os astros é de apenas 2%."
Os astrônomos ainda não sabem dizer se há planetas orbitando a gêmea solar. Mas há boas razões para supor que o sistema distante seja parecido com o Solar. A primeira delas é que a composição química da estrela é praticamente idêntica ao do Sol. Entender a composição química de uma estrela é muito importante para saber se ela 'doou' material suficiente para a formação de planetas a sua volta. O Sol, por exemplo, perdeu o equivalente a duas massas terrestres de elementos como o alumínio, ferro e níquel, em relação à média de todas as estrelas de sua classe. "A HIP 56948 perdeu 1,5", calcula Meléndez. De acordo com o pesquisador, esses elementos são usados justamente para a 'fabricação' de planetas.
A segunda razão é que os astrônomos ainda não identificaram nenhum planeta em volta da estrela. Apesar de isso soar como uma má notícia, trata-se do contrário. Os cientistas só poderiam ter encontrado algum planeta em tão pouco tempo se ele fosse ao mesmo tempo grande (tal como Júpiter) e próximo demais da estrela (como Mercúrio). Isso quer dizer que pelo menos nos primeiros 150 milhões de quilômetros ao redor da estrela (a distância entre a Terra e o Sol) não há nenhum gigante gasoso, o que abre espaço para planetas rochosos, como a Terra. A ideia agora é utilizar os poderosos instrumentos do Observatório Europeu do Sul, no observatório de La Silla para identificar planetas em volta de outras gêmeas do Sol.
Irmão mais novo — A principal diferença está na idade. "Essa gêmea solar é aproximadamente um bilhão de anos mais jovem", diz Meléndez. Isso quer dizer, de acordo com ele, que se tomarmos a Terra como parâmetro para o desenvolvimento de vidas complexas, alguma forma de vida avançada pode estar surgindo agora em um possível planeta orbitando a HIP 56948.
OBSERVATÓRIO KECK
No obsevatório Keck, no Havaí, existe um par de telescópios com espelhos de 10 metros de diâmetro. Estão entre os maiores do mundo. O equipamento está instalado a mais de quatro mil metros de altitude e é administrado pela Associação da Califórnia para Pesquisa em Astronomia, nos Estados Unidos.
No obsevatório Keck, no Havaí, existe um par de telescópios com espelhos de 10 metros de diâmetro. Estão entre os maiores do mundo. O equipamento está instalado a mais de quatro mil metros de altitude e é administrado pela Associação da Califórnia para Pesquisa em Astronomia, nos Estados Unidos.
Veja.com
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