segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Estudo diz que risco de seca no sul da Amazônia é maior do que se pensava

 
Novo estudo publicado pela revista “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, alerta que a vegetação do sul da Amazônia tem um risco maior de mortalidade por causa da seca do que avalia o mais recente relatório de mudanças climáticas da ONU.
As medições de chuva apontam que, desde 1979, a estação seca amazônica tem aumentado em uma semana por década, enquanto a temporada de queimadas também tem se estendido.
O trabalho de Rong Fu, da Universidade do Texas, e sua equipe, contrasta fortemente com as previsões do painel climático da ONU, o IPCC, que considera que a estação seca na floresta amazônica deverá estar no máximo 10 dias mais longa até o fim do século, mesmo nos cenários mais negativos.
Segundo Fu, a duração da estação de seca é o mais importante fator de controle da floresta. “Se ela for muito longa, a floresta não sobrevive”, alerta o pesquisador. A estação de seca é importante porque o solo amazônico tem capacidade limitada de absorver água durante o período de chuvas, ou seja, a floresta tem um máximo de umidade de que disporá durante a estiagem.
Os autores acreditam que a mudança climática causada pelo homem é a explicação mais provável para o aumento da estação seca na Amazônia, pois bloqueia a chegada de frentes frias subtropicais, que poderiam estimular a precipitação sobre a floresta, e, além disso, dificulta que o ar quente e seco próximo ao solo se misturar com massa frias e úmidas mais altas.
A Amazônia, em geral, costuma absorver carbono da atmosfera. No entanto, quando passa por secas muito prolongadas, pode se tornar um ecossistema que libera carbono, contribuindo para o aquecimento global. Os pesquisadores alertam que, com o aumento das estações secas, esse processo pode se tornar norma, em vez de exceção.
G1

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