Diamantes - tão grandes que poderiam ser usados por estrelas de
Hollywood – podem estar caindo do céu em Saturno e em Júpiter.
Essa é a conclusão de dois cientistas americanos, que apresentaram sua
pesquisa no encontro anual da divisão de Ciências Planetárias da Sociedade
Americana de Astronomia, que aconteceu em Denver, nos Estados Unidos.
Novos dados indicam que o carbono em sua forma cristalizada é abundante na
atmosfera desses planetas, segundo Kevin Baines, da Universidade de
Winsconsin-Madison e do Laboratório de Propulsão da Nasa. A co-autora da
pesquisa é Mona Delitsky, do instituto California Speciality Engineering.
A tese de Baines e Mona afirma que poderosos raios transformam o metano em
partículas de carbono. À medida que vai caindo, esse carbono entra em choque com
a pressão atmosférica desses planetas, e se transformam primeiro em pedaços de
grafite e, em seguida, em diamantes.
Dependendo das condições, esses "granizos" de diamante podem inclusive
derreter.
Anel de diamante
Os maiores diamantes provavelmente seriam de um centímetro de diâmetro, de
acordo Baines. "Seria um diamante grande o suficiente pra colocar em um anel",
disse.
"O importante é que mil toneladas de diamantes são produzidos por ano em
Saturno. E as pessoas me perguntam: 'como você pode ter certeza se não tem como
ir para lá?' Bem, tudo é uma questão química. E acreditamos que estamos bastante
certos".
Os cientistas analisaram as últimas temperaturas e pré-condições de pressão
no interior dos planetas, além de novos dados sobre como o carbono se comporta
em diferentes condições.
A descoberta dos cientistas americanos ainda precisam ser avaliadas por
outros acadêmicos, mas especialistas consultados pela BBC disseram que a
possibilidade de uma chuva de diamantes "não pode ser desconsiderada".
"Parece válida a ideia de que há uma profunda variação dentro das atmosferas
de Júpiter e ainda mais de Saturno, nas quais o carbono poderia se estabilizar
como diamante", disse o professor Raymond Jeanloz, um dos responsáveis pela
descoberta de que havia diamantes em Urânio e Netuno.
BBC
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